80% ou 13%? Os números variam consoante a versão dos sindicatos, que apontam para uma paralisação quase total dos serviços da função pública, e do Governo, que disse mesmo que esta foi uma greve “parcial” e não “geral”, como prometia a CGTP.

O ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, revelou à imprensa que os efeitos são parciais e sectoriais, garantindo que o país não está paralisado. A taxa de adesão apresentada pelo Governo fixa-se nos 12,8% na função pública, valor discrepante do apresentado pelos sindicatos que marcaram a greve.

A central intersindical aponta para 80% de média global de adesão, na função pública, e acusa o Governo de “manipulação dos números”. Os dados são ainda provisórios e contabilizados até as 15 horas.

Sector a sector

Os sectores que registam uma maior adesão à greve são a saúde, a educação, os transportes e a recolha de lixo.

Na saúde, os principais hospitais do país garantem apenas os serviços mínimos, com uma adesão na ordem dos 100%. É o caso do Hospital de São José, em Lisboa, de São João, no Porto, e do Centro Hospitalar de Coimbra, segundo dados do FNSFP.

A educação também regista uma forte adesão com várias escolas encerradas, a maioria em Lisboa, segundo a Fenprof. Os estabelecimentos de ensino encerraram devido à falta de professores e funcionários.

A justiça também apresenta uma forte adesão, com vários tribunais de portas encerradas. O Tribunal de Évora estava mesmo trancado, esta manhã, a correntes de ferro e cadeado.

Quanto à recolha dos lixos, o serviço foi reduzido, com adesão a 100% em vários locais.

No sector dos transportes, em Lisboa a adesão foi significativa, mas no Porto a circulação dos transportes públicos está a decorrer de forma normal, nomeadamente a rede de metro.

Manuel Ramos, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSFP) disse ao JPN que a greve foi “geral” e serviu para chamar a atenção do Governo.

A CGTP marcou a greve geral de hoje para exigir uma alteração nas políticas económicas e sociais para garantir aos portugueses melhores condições de vida e de trabalho.