Um milhão de crianças, desde o pré-escolar ao 2º ciclo, participaram nas actividades do primeiro ano do Plano Nacional de Leitura (PNL), num total de 8.934 escolas e jardins-de-infância. “Foi uma adesão massiva”, afirma Isabel Alçada, comissária do PNL. “Tivemos uma reacção muito positiva da parte dos responsáveis pela promoção da leitura”, acrescenta.

Houve um grande envolvimento dos professores e dos bibliotecários. Mas a adesão ao PNL fez-se também ao nível das autarquias. De acordo com a comissária do PNL, já estão assinados 49 protocolos com as câmaras e há 128 a ultimar a assinatura. As câmaras comprometem-se a promover a leitura no concelho, seja ao nível das escolas ou das bibliotecas.

Os eventos devem ser dirigidos a todo o tipo de públicos para que “a leitura seja uma prática mais constante na nossa sociedade, que seja um prazer e que as pessoas transmitam esse prazer aos mais novos”, explica a comissária.

É uma “lógica de continuidade” a que pauta os objectivos do PNL. Isabel Alçada entende que não pode haver promoção de leitura com iniciativas pontuais e defende que este tem que ser um processo continuado.

Além do papel das escolas e das bibliotecas, a comissária sublinha o papel dos pais. “É importante que os pais leiam com os filhos, de preferência todos os dias, e que criem um contacto afectuoso à volta do livro mesmo antes das crianças saberem ler”.

Um índice para o futuro do PNL

“Nós vamos continuar com esta estratégia porque sentimos que estamos no bom caminho, mas naturalmente que há sempre pontos a melhorar”, admite Isabel Alçada. “Queremos consolidar o trabalho, lançando outros projectos novos”.

A organização da informação disponibilizada pela Internet vai ser organizada de forma a tornar-se “mais amplamente acessível a toda a gente”.

Há disponibilidade da Comissão do PNL para “acolher iniciativas da sociedade civil, nomeadamente voluntários em organizações que promovam a leitura”. “Gostaríamos de contar mais com o envolvimento das empresas e das associações de pais”, acrescenta.

Isabel Alçada não esconde a vontade de ligar a leitura ao atendimento infantil na área da saúde. Por exemplo, a “Missão Sorriso” das lojas Continente vai oferecer bibliotecas aos hospitais para que as crianças e acompanhantes possam dispor desses recursos.

A comissária do PNL avançou ao JPN que, em breve, vai ser lançado o “Clube de Leituras”, um portal de blogues sobre leitura. Coordenado pelo professor Carlos Correia, da Universidade Nova de Lisboa, o “site” vai incluir apresentação de livros e testemunhos de personalidades.