Num dia, em menos de 24 horas, o Manchester United veio fazer compras a Portugal e, de uma assentada, garantiu a aquisição dos passes de Anderson e Nani, duas das maiores estrelas do campeonato português, a troco de 57 milhões de euros. No Dragão, os “red devils” deixaram um cheque de 31,5 milhões de euros, em Alvalade deixaram outro de 25,5 milhões de euros.

A operação relâmpago dos dirigentes dos campeões ingleses começou bem cedo num hotel em Lisboa, onde decorreram as negociações com Miguel Ribeiro Telles e Carlos Freitas, vice-presidente e administrador executivo da SAD do Sporting. Aí foi acertada a transferência de Nani, a maior da história do clube de Alvalade.

O clube de Cristiano Ronaldo não era, no entanto, o único emblema interessado no internacional português. O Tottenham avançou com uma proposta de 20 milhões de euros, o valor da cláusula de rescisão, o que obrigou o Manchester a subir a fasquia para 25,5 milhões de euros, garantindo, assim, o concurso do jogador para as próximas cinco épocas.

Quem também lucra com este negócio é o Real Sport Clube, uma vez que, ao abrigo da transferência de Massamá para Alvalade, o antigo emblema de Nani tem direito a receber 5 % do valor total. Ou seja, o clube vai encaixar cerca de 1.275 milhões de euros.

Gastar em Lisboa e depois no Porto

À tarde, os ingleses seguiram até ao Porto para uma reunião com a direcção azul e branca na qual foi acertada a venda do passe de Anderson. Os bicampeões receberão 25 dos 31,5 milhões de euros pagos pelo Manchester, dado que 20 por cento do passe pertencia à Gestifute, empresa de Jorge Mendes. O médio brasileiro, que fica ligado aos ingleses nas próximas cinco temporadas, recebe 6,5 milhões.

O FC Porto terá ainda direito à cedência definitiva de um jogador a escolher de uma lista pré-elaborada pelo do clube de Manchester.

Um bom negócio para os cofres portistas, mas que era de todo inesperado depois de Anderson ter ficado parado durante metade da época em virtude da lesão sofrida no jogo contra o Benfica. A verdade é que as últimas declarações do ex-camisola dez dos “dragões”, não prometendo que ficava no clube na próxima época, deixavam antever que alguma coisa se podia passar.

Em relação a Nani, a demora na renovação do contrato, que o ligava ao Sporting por mais dois anos, adensava cada vez a hipótese de o jogador sair, apesar de o presidente leonino, Filipe Soares Franco, nunca ter admitido a venda do médio verde e branco.