A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) está a coordenar um projecto que envolve, neste momento, 15 escolas e que pretende construir um mapa ambiental do país.

O projecto foi aprovado pela Agência Europeia do Ambiente (AEA) e espera agora o financiamento comunitário de cerca de 1 milhão de euros para poder arrancar já no próximo ano lectivo. Se assim acontecer, os primeiros dados podem surgir no fim do ano.

O projecto “European Network for Environment Assessment and Services” (ENEAS) foi proposto por José Rocha Silva, docente da FEUP, em Junho do ano passado e aprovado em Fevereiro último pela AEA. “É o maior projecto ambiental da Universidade do Porto”, afirma.

O objectivo é pôr os alunos do ensino secundário a monitorizar características ambientais, como poluição atmosférica, radiação, temperatura e humidade. As acções de recolha e monitorização são supervisionadas por professores, que recebem acções de formação. “Estamos a propôr que os professores sejam avaliados pelo trabalho executado pelos alunos”, adianta.

Cabe à FEUP validar cientificamente e tratar estatisticamente os dados recolhidos pelos estudantes para serem publicados na internet e partilhados com a AEA e com as comunidades científica e docente internacionais.

Projecto ambicioso

“Ficam todos a ganhar”, garante José Rocha Silva, que considera o ENEAS um projecto “inovador a nível europeu”.

Ganham os professores, que recebem formação; os alunos, que aplicam o ensino experimental em áreas como a Física e a Química; e as autarquias, que sensibilizam as populações para as questões ambientais e ficam com um instrumento importante para a aplicação das Agendas 21 Local. A Câmara de Matosinhos já garantiu que vai financiar o projecto.

“Esperamos um empenhamento do Ministério da Educação no financiamento do projecto porque está de acordo com a modificação completa dos paradigmas do ensino das ciências”, refere o docente, que reconhece a ambição do projecto.

José Rocha Silva espera que o ENEAS “despolete o mesmo tipo de iniciativas” noutros países europeus, “de modo a ter uma imagem ambiental” de toda a Europa.

A iniciativa é financiada pela AEA, FEUP e Ciência Viva (em 72.500 euros). A maior parte do dinheiro será aplicada na compra de equipamentos pouco dispendiosos de medição ambiental.