Nove camiões enviados pelo Plano Alimentar Mundial (PAM) chegaram esta sexta-feira à Faixa de Gaza, depois de uma semana sem ajuda humanitária, noticia a BBC. 80% da população do enclave palestiniano está dependente deste tipo de ajuda.

No terreno, a UNICEF distribuiu vacinas para prevenir um possível surto de doenças entre as crianças de Gaza. A ONU forneceu também 50 mil litros de combustível para assegurar o funcionamento dos sistemas de água e saneamento, enquanto as redes de electricidade não são reparadas.

Segundo a ONU, mais de dois terços das famílias encontram-se abaixo do limiar da pobreza e estima-se que os preços tenham subido 40% em Gaza. Quase 30% das crianças neste território sofre de atraso de crescimento.

Evitar crise humanitária

Várias organizações de ajuda humanitária afirmam que os “stocks” de víveres na Faixa de Gaza só chegam para mais duas a quatro semanas, se Israel não abrir a passagem fronteiriça de Karni. O único posto fronteiriço aberto é o de Kerem Shalom, que permite a passagem diária de 15 camiões, enquanto o posto de Karni permitiria a passagem de 200 diariamente.

“As necessidades estão a crescer. Portanto, a ajuda humanitária tem de continuar a entrar em Gaza, se se quiser evitar uma crise humanitária”, declarou Simon Pluess, do PAM.

Mas, de acordo com a BBC, Israel recusa-se a colaborar com o Hamas, que controla neste momento a Faixa de Gaza, já que o movimento islamista recusa-se a reconhecer a existência do estado israelita.

Segundo a BBC, o Ministério da Informação palestiniano declarou que todos os cidadãos na Faixa de Gaza têm de requisitar novos passaportes na Cisjordânia. Contudo, as passagens fronteiriças de Israel continuam fechadas e centenas de palestinianos estão encurralados nesses locais.

Quarteto reúne em Jerusalém

Os enviados do Quarteto para o Médio Oriente (EUA, União Europeia, Rússia e ONU) vão encontrar-se na próxima terça-feira em Jerusalém, depois da cimeira no Egipto, que vai reunir o primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, e o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, com os líderes egípcio e jordano.

O objectivo destas reuniões é retomar a questão da criação do estado palestiniano, com vista a estabelecer a paz no Médio Oriente. “Esperemos que os israelitas levem esta oportunidade a sério. Esta cimeira não é para negociações, é tempo de decisões”, declarou um representante do presidente palestiniano.