No primeiro trimestre deste ano, a região Norte perdeu cerca de 19 mil postos de trabalho face ao período homólogo. A taxa de desemprego na região Norte desceu em relação aos três meses anteriores, mas agravou-se em termos homólogos, fixando-se nos 9,5%, mais nove pontos percentuais do que a nível nacional.

Os números constam do relatório [PDF] de conjuntura da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), que indica melhorias no sector exportador, nos sectores tradicionais do vestuário e calçado, na actividade turística e na inflação (2,4% no trimestre, valor igual ao registado no total nacional).

As más notícias estão na construção e na habitação, que acompanham a tendência nacional de desinvestimento.

Mudanças nas exportações

No ano passado, as exportações regionais cresceram 9,9% em valor, depois de uma queda de 3,6% observada em 2005. Mesmo assim, o crescimento fica abaixo do registado a nível nacional (12,4%).

Produtos tradicionais de exportação, como o vestuário, os têxteis, o calçado, a cortiça, bebidas alcoólicas e móveis, representaram uma fatia menor do total de saídas de produtos (38,5% em 2006 contra 42,9% em 2005).

“O padrão regional de especialização face aos mercados internacionais está a mudar: as exportações de bens de capital (sem material de transporte) oriundas da região cresceram em valor cerca de 41% no 2.º semestre de 2006, enquanto as exportações de bens de consumo (sem alimentação e bebidas) diminuíram cerca de 1%”, afirma o relatório.

A análise indica, porém, que os sectores tradicionais do Norte – vestuário, calçado e fabricação de têxteis – apresentam recuperações dos seus volumes de negócios, que no caso dos dois primeiros “começam também a transmitir-se à produção e à mão-de-obra”.

Os estabelecimentos hoteleiros da região viram os seus proveitos crescerem 12,9% no primeiro trimestre, sendo de destacar o crescimento de 22% nos proveitos de aposento.