O impasse na gestão do Centro Desportivo Universitário do Porto (CDUP) pode chegar ao fim em Setembro, depois de quatro anos. Até 10 de Setembro, o CDUP deve dar o “sim” definitivo ao acordo a assinar com a reitoria da universidade. O clube torna-se mais autónomo da universidade, que garante, por outro lado, a possibilidade de os alunos praticarem desporto não federado nas suas instalações.

Os responsáveis do clube reuniram esta segunda-feira com o pró-reitor e responsável pela política desportiva da UP, Manuel Janeira, e com o reitor Marques dos Santos. “A proposta já é mais consensual” do que em versões anteriores, afirmou ao JPN o vice-presidente do CDUP, João Tiago Silva. “Era um acordo mais do que urgente, tanto para o CDUP como para a UP”, refere Janeira.

“O grande objectivo é criar condições para que o CDUP não acabe”, diz João Tiago Silva. Por isso, as poucas reservas do clube ao acordo – nomeadamente, a presença de 150 alunos da UP nos desportos federados do CDUP – devem ser ultrapassadas em nome da sobrevivência.

Divisão de funções

O protocolo prevê que a UP deixe de estar presente na direcção do CDUP – o reitor ocupava, até ao fim do acordo entre o centro e a universidade, a função de presidente da Assembleia Geral. Passa a funcionar como qualquer “clube normal”, explica o vice-presidente.

A universidade passa a gerir o Estádio Universitário, junto à Ponte da Arrábida, e a piscina da rua da Boa Hora. O CDUP fica com a responsabilidade de gerir o desporto federado, com uma contrapartida: incluir, em dois anos, pelo menos 150 alunos da universidade nas suas 10 modalidades. É um número “ambicioso” para João Tiago Silva, que espera alguma “flexibilidade” por parte da reitoria neste domínio.

O Estádio Universitário voltará a receber os programas de actividade física e desportiva das 14 faculdades da UP.

Esforço financeiro

Depois de assinado o acordo, a universidade vai procurar parceiros para o esforço de recuperação das infra-estruturas, actualmente muito degradadas, nomeadamente o Instituto do Desporto e o Ministério do Ensino Superior, mas também a Câmara do Porto, para abrir os equipamentos desportivos à população da cidade.

“Quem deixou que as instalações chegassem àquele estado foi o CDUP, mas cabe à UP encontrar meios para colocar aquele estádio utilizável para todos”, refere Janeira. Construir um segundo campo de relva sintética, substituir a bancada e ter uma área para actividades como aeróbica e musculação fazem parte da estratégia da universidade, mas a prioridade vai para recuperar as instalações.

De acordo com o pró-reitor, a universidade conseguir “em três anos” encontrar financiamento para as obras de recuperação “já seria um sucesso”. Daí que já a UP já tenha começado “a pensar num plano B” para o local da realização do Campeonato Mundial Universitário de Rugby Sevens (masculinos) de 2010. Manuel Janeira reconhece que os jogos já não devem decorrer na sua totalidade no CDUP.