Seis meses depois da introdução da nova rede da STCP, o balanço é “positivo” e o número de reclamações voltou aos níveis de anos anteriores, afirmou, sexta-feira, a presidente da empresa, Fernanda Menezes. Para a empresa, esse indicador revela que os utentes já estão familiarizados com a nova rede, que criou 30 novas linhas e eliminou 44.

A presidente da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STPC) considera que a “perturbação” causada pelo novo desenho das linhas só se verificou nos primeiros dois meses. Depois de um pico das reclamações em Janeiro (uma reclamação por cada seis mil passageiros), em Junho as queixas desceram para os níveis de 2006 (uma queixa por cada 30 mil utentes).

“Há sempre modificações a fazer”, disse Fernanda Menezes, aos jornalistas, depois da apresentação do balanço dos resultados da nova rede da STCP. No entanto, ressalvou, “a grande maioria das reclamações são antigas e dizem respeito a zonas que não servimos e que querem ser servidas pelos nossos autocarros, ou a situações novas que não têm a ver com a implementação da nova rede”.

Maior procura de transportes públicos

No primeiro semestre deste ano, a oferta da STCP diminuiu em 10% em relação ao mesmo período do ano passado, facto que permitiu um maior equilíbrio entre oferta e procura. Até 2002, a oferta manteve-se constante, apesar da perda anual de 5% do número de passageiros, que a entrada em funcionamento do metro do Porto, em 2003, só veio acentuar (para quebras na procura de 19% ao ano).

Apesar da menor procura dos serviços da STCP, a procura conjunta da empresa de autocarros e da Metro do Porto aumentou 21% desde a entrada em serviço do metro. “No conjunto, o sistema de transportes públicos ganhou”, sublinhou Fernanda Menezes.

“Em vez de remendar, construir” foi a filosofia que sustentou a nova rede, explicou o administrador Rui Saraiva, que destacou ainda o que disse a ser uma melhor qualidade de serviço. Exemplo disso é o número reduzido de autocarros sem piso rebaixado ou rampa (74 numa frota de 507 viaturas).

Fernanda Menezes admitiu fazer alterações no percurso do actual 204, a fim de beneficiar as ligações à Rua Costa Cabral, depois dos protestos dos comerciantes esta semana.