Apesar da demissão em bloco dos órgãos sociais da Dinensino, a cooperativa proprietária da Universidade Moderna, das queixas em tribunal por falta de pagamentos e do pedido do ministro Mariano Gago à Inspecção-Geral do Ensino Superior para que averigúe sobre as condições para manter o reconhecimento de interesse público da instituição privada, a presidente da Associação Académica da Moderna de Lisboa acredita que a crise actual será resolvida.

“Quem já lá está há algum tempo, sabe que na altura das inscrições há sempre notícias destas”, afirma, ao JPN, Tânia Costa. A aluna de Arquitectura diz que os seus colegas estão “calmos”, particularmente depois da divulgação de um comunicado da Dinensino que, segundo Tânia Costa, assegura que “vai haver novas eleições” (marcadas para 11 de Setembro) e que “as inscrições vão abrir”.

O relatório de contas da cooperativa, aprovado na Assembleia Geral de sexta-feira, dá conta de um passivo da entidade de quase 17 milhões de euros. Mesmo com esta difícil situação financeira, a Dinensino descarta a hipótese de falência.

“Em momento algum foi suscitada a ideia de uma declaração de falência. A viabilidade [da Moderna] passa pela fusão ou parceria com instituições estrangeiras e/ou nacionais”, disse, sexta-feira, o vice-presidente da empresa, Manuel Luz Pedro.

APESP critica Governo

A Associação Privada de Ensino Superior Privado (APESP) veio, esta segunda-feira, criticar a forma “atabalhoada” como o Governo tem gerido o processo da divulgação de vagas nas instituições privadas.

Na lista de vagas abertas pelo Ministério do Ensino Superior, divulgada sexta-feira, não constam a Moderna, a Internacional (ambas em risco de perder o reconhecimento público) e a Independente (alvo de uma ordem de encerramento compulsivo).

À agência Lusa, o presidente da APESP, João Redondo, defendeu que “não há justificação para o processo ser tão moroso”, porque as propostas das privadas para abertura de cursos foram entregues há cerca de quatro meses.

“As vagas deveriam ter sido divulgadas ao mesmo tempo que o foram para o ensino público, no início de Julho. Não é aceitável que se fixem vagas para um subsistema, ignorando o outro, como se ele não existisse”, criticou João Redondo, que qualifica o actual sistema de “numerus clausus” para os privados de “absolutamente retrógrado e desadequado”.