O alargamento da escolaridade obrigatória para os 12 anos, uma medida prevista no programa de Governo de José Sócrates, é para avançar em 2009, anunciou, esta quarta-feira, no arranque do ano lectivo, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.

Na escola secundária Francisco de Holanda, em Guimarães, a ministra afirmou aos jornalistas que o Governo está “a criar condições para que, dentro de dois anos, todos os jovens permaneçam na escola até aos 18 anos, prolongando o ensino obrigatório até ao 12.º ano”.

O acto foi um dos muitos que envolveu, esta quarta-feira, membros do Executivo e o coordenador do Plano Tecnológico no arranque do ano lectivo. Um pouco por todo país foram distribuídos computadores portáteis, no âmbito da generalização do acesso a este tipo de equipamentos e à ligação à Internet por banda larga. A Fenprof considerou que se tratou de um “show mediático”.

A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) gostava de ter ouvido palavras de “reconhecimento” ao trabalho dos professores quando o Governo destacou a redução das taxas de abandono e insucesso escolares. “Não ouvimos até hoje uma palavra de reconhecimento” a quem possibilitou esses resultados”, afirmou, em conferência de imprensa, no Porto, o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva.

Milhares de docentes por colocar, diz FNE

A ministra da Educação afirmou ainda que está a ser feita uma “revolução silenciosa nas escolas portuguesas”, destacando a criação de mil cursos de cariz técnico-profissional.

João Dias da Silva considerou que “não basta criar cursos”, sendo necessário “que os alunos e as famílias sintam que vale a pena estar na escola até ao 12.º ano”. E lembrou que já houve vários anúncios no sentido de alargar para 12 anos a escolaridade obrigatória.

O sindicalista, afecto à UGT, denunciou a existência de milhares de professores por colocar (muitos só foram colocados ontem, terça-feira), escolas com falta de pessoal docente e não docente ou ainda em obras. “Com este quadro não se pode falar em mudanças radicais no sistema educativo”, sublinhou.