O MIT-Portugal envolve já 130 alunos e lançou sete novos programas de formação: quatro doutoramentos e três mestrados. São resultados de um um ano de intercâmbio entre as universidades portuguesas e o Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Mais do que números, o importante é “pôr várias universidades a trabalhar juntas” – um processo “inovador” que veio “revolucionar o sistema científico em Portugal”, afirma ao JPN Paulo Ferrão, professor no Instituto Superior Técnico de Lisboa e director nacional do Programa MIT-Portugal.

O novo processo académico só foi possível com o apoio do MIT. O aluno passa a ter aulas em diferentes universidades, visto que “cada escola é mais especializada numa determinada área”, explica Paulo Ferrão. No fim do curso, o aluno “tem o diploma das várias escolas em que participou”. “É uma experiência fantástica”, resume.

O número de alunos que se inscreveram no programa – 130, até agora – superou as expectativas de Paulo Ferrão, que destaca a “elevada qualidade” dos alunos inscritos.

Sistemas de Bioengenharia, Sistemas de Transportes, Sistemas Sustentáveis de Energias e Engenharia de Concepção e Sistemas Avançados de Produção são as quatro áreas visadas no Progama, onde já se realizam trabalhos concretos.

Modernizar o ensino superior

Portugal tem muito a aprender com o MIT, que é a “melhor escola de engenharia do mundo”, diz Paulo Ferrão. O que podemos aprender? “Modificar a forma como damos aulas, em que o professor não só ensina os alunos mas também motiva, aprender como se trabalha melhor com as empresas e modernizar o ensino superior”, responde.

No âmbito do programa, “as aulas estão a decorrer em inglês”, há “professores do MIT a darem aulas ” nas universidades envolvidas e existe muita “troca entre professores”, exemplifica.

A maior dificuldade é “fazer isto tudo em tão pouco tempo e ultrapassar as barreiras institucionais”. “Isto que temos conseguido talvez não tivesse sido possível sem o MIT”, realça Paulo Ferrão. “Criou-se um espírito de equipa”.

Segundo o director nacional do Programa MIT-Portugal, esta troca poderá servir de inspiração para fazer acordos com outras escolas de renome, “principalmente parcerias na Europa”.

Os acordos com MIT foram assinados em Outubro do ano passado por Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, sendo um dos pontos fortes do Plano Tecnológico.