O parlamento iraniano aprovou, sábado, uma resolução que classifica a CIA e o exército americano como organizações terroristas. “Os agressores exército dos EUA e a CIA são terroristas e também alimentam o terror”, refere a resolução que foi aprovada por 215 dos 290 deputados iranianos.

A declaração, transmitida em directo pela rádio, surge como resposta a uma resolução aprovada quarta-feira pelo Senado norte-americano, que designou a Guarda Revolucionária Islâmica de organização terrorista.

Para o parlamento iraniano, o exército norte-americano e o Serviço Central de Informações (CIA na sigla inglesa) são terroristas por causa do lançamento de bombas atómicas no Japão (em Agosto de 1945) e pelo uso de munições com urânio empobrecido nos Balcãs, Afeganistão e Iraque.

O apoio à Israel, as matanças de civis iraquianos e a tortura a suspeitos de terrorismo são outros dos actos classificados de terroristas pelo parlamento.

Casa Branca não comenta

A resolução, que insta o governo de Mahmud Ahmadinejad a chamar terroristas a estas organizações da defesa norte-americana, poderá ser convertida em lei se for aprovada no Conselho Constitucional.

A Casa Branca não comentou a decisão, que, na prática, terá pouco efeito, já que os EUA e o Irão não mantêm relações diplomáticas.

A resolução aprovada pelo senado americano impedirá a Guarda Revolucionária, símbolo da Revolução Iraniana de 1979, de ter ligações com o sistema financeiro dos EUA. Como é considerada terrorista, a Guarda Revolucionária vê congelados os bens dos seus membros em território ou instituições americanas.

Na semana passada, em visita aos EUA, Mahmud Ahmadinejad, o sexto presidente do Irão eleito em 2005, foi alvo de críticas por afirmar que no Irão não existem homossexuais e que as mulheres gozam de total liberdade no país. Em Agosto, o Irão desafiou a ONU e os EUA, afirmando que iria manter o seu programa nuclear, apesar do risco de sofrer novas sanções.