O Encontro de Esperantistas Portugueses tem lugar hoje, sexta-feira, e amanhã na Figueira da Foz e conta com a participação de mais de 30 falantes de Esperanto.

Às 16h, na Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho, os esperantistas vão “trocar impressões, conviver e debater o estado do movimento esperantista em Portugal”. Amanhã, participam num passeio pedestre guiado em Esperanto por Alcino Alves. De tarde, há palestras dadas por três esperantistas.

“Mais do que uma língua, o Esperanto é uma comunidade”

O Esperanto é “uma língua, uma ferramenta de comunicação com mais de 120 anos”, explica Juliana Santos, uma jovem esperantista. “Surgiu como exemplo concreto de uma língua universal” e foi inventado por um médico polaco chamado Zamenhof, em 1887, sendo uma mistura de latim, grego, russo e polaco.

“Mais do que uma língua, o Esperanto é uma comunidade”, afirma o presidente da APE, José Manuel Martins. “Existem outros projectos para uma língua universal, mas este é o mais bem conseguido”, declara Juliana Santos, já que “se pode aprender em seis meses”. Como é uma língua “sem tradição”, neutra, não associada a nenhum país, “não existe desigualdade da comunicação”. A esperantista defende ainda que o Esperanto seria “uma boa proposta” para língua oficial europeia.

Apelo à juventude

Até hoje, já houve mais de duas dezenas de encontros de esperantistas em Portugal. Este encontro substitui o encontro anual da Associação Portuguesa de Esperanto (APE), que “não vai acontecer, por causa de alguns problemas na associação, mas principalmente porque falhou o apoio da Câmara da Figueira da Foz”, disse Alcino Alves.

A APE, sedeada em Lisboa, conta com mais de 400 membros activos. O presidente da APE, José Manuel Martins, afirma que a actividade da APE é “muito pontual”, sendo os cursos de Esperanto as iniciativas mais regulares. Contudo, o movimento esperantista português “está a andar muito devagarinho, nomeadamente por dificuldades na mobilização de novos sócios e de pessoas para frequentar os cursos”, declara Alcino Alves.

O encontro conta com a participação de uma dezena de jovens, vindos maioritariamente da zona Norte do país. “Os jovens revoltam-se contra a globalização, a invasão do inglês, que vem associado aos conflitos de hoje” e o Esperanto apela à juventude por isso mesmo, defende Juliana Santos.