A Feira das Moedas, na praça D. João I, no Porto, anda a par com a crise económica que importuna a vida e a carteira dos portugueses.

Racionar os gastos é cada vez mais preciso, por isso pouco resta para o coleccionismo. No entanto, a tradição da numismática é algo que pode estagnar, mas nunca morrer, defendem alguns clientes habituais e alguns vendedores da feira, que marcam encontro todos os domingos de manhã, das 8h30 às 13h00.

Esta feira de coleccionismo, criada há mais de 30 anos, já teve melhores dias. Ao JPN, todos os vendedores confessaram que a feira não tem agora o movimento de compra e venda de há alguns anos atrás, uma vez que os clientes não dispõem de tanto poder de compra.

Adelino Dinis está há 16 anos na Feira das Moedas e confessa que “actualmente tem ido muito abaixo devido à crise. A feira está em fase decrescente. Coleccionar é um gosto e nem sempre há dinheiro para isso”.

Carmindo Domingos, vendedor há 25 anos e coleccionador de notas há 40, lamenta o mesmo facto, considerando que “quando o nível de vida baixa, nota-se logo neste sector. Ultimamente até só se vendem as moedas mais raras”.

No entanto, a opinião é unânime quando questionados em relação à velha tradição do coleccionismo: ” Isto não acaba, umas vezes melhor, outras pior, mas há sempre quem coleccione e quem compre… Mesmo quando não há dinheiro, os clientes não deixam de cá passar e ver”, refere Carmindo Domingos.

Abel Nogueira da Silva dedica-se à venda de moedas, calendários e postais há 15 anos na feira e reconhece a diferença desse tempo em relação aos dias de hoje. “A feira teve um período que cresceu muito. A câmara também a organizou melhor, passámos a pagar o nosso lugar e passou a ser mesmo só de numismática, porque antigamente vendiam-se também outras coisas, como roupa”.