Um grupo de comerciantes e moradores para a dinamização da rua de Cedofeita retomou o projecto de cobrir a rua, já do tempo do mandato de Fernando Gomes como presidente da Câmara do Porto (CMP).

O projecto concebido pelo arquitecto Germano de Castro Pinheiro, prevê que a rua abrigue uma estrutura constituída por arcos de 30 metros em aço ou alumínio que suspendem uma cobertura de vidro. A estrutura é independente das casas, ficando a um metro e meio das fachadas, explicou o arquitecto ao JPN.

O projecto já recebeu pareceres positivos não oficiais da CMP e do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), de acordo com Germano de Castro Pinheiro, filho do arquitecto e membro do mesmo gabinete de arquitectura. Falta só alcançar uma “solução concertada” com os bombeiros sobre os procedimentos em situações de emergência, adianta.

Imagem virtual do projectoFoto: DRNo que diz respeito ao financiamento, Germano de Castro Pinheiro, filho, diz que quando existir “uma noção mais concreta sobre o que vai ser necessário” vai ser feito um orçamento da obra, que será apresentado aos potenciais patrocinadores do empreendimento e aos comerciantes. “Só nessa altura se saberá se pode andar para a frente”, acrescenta.

As opiniões não são unânimes e nem todos os lojistas estão convencidos. José Valadares, um dos comerciantes do núcleo dinamizador do projecto, compreende “que nem todas as opiniões são convergentes”, mas declara que “quem está aqui tem de lutar por isto”.

“Trazer muita gente para Cedofeita”

De acordo com Agostinho Guedes, um dos comerciantes do grupo dinamizador do projecto, esta iniciativa “vai trazer muita gente para Cedofeita, para a freguesia e para a cidade do Porto”. A desertificação da Baixa portuense preocupa o comerciante, que diz: “É preciso reabilitar a cidade, fazer obras estruturais para permitir que jovens venham viver para dentro do Porto”.

Esta é uma ideia única em Portugal (já existem construções semelhantes em cidades como Milão e Madrid). Agostinho Guedes afirma que a estrutura é “muito compatível com a nossa arquitectura”. O comerciante acredita que “o projecto vai para a frente” e que a rua poderá ser palco de grandes eventos, já que o projecto é apenas o primeiro passo para uma “inovação” total na artéria portuense.

Esta é também a opinião do comerciante José Valadares. Afirma que a obra, apoiada também por alguns moradores “que não têm nenhum interesse comercial”, vai obrigar “outras lojas a modernizarem-se” e trazer mais segurança.