A arte generativa dá o mote à oitava edição do Festival de Artes Digitais “Olhares de Outono”, organizado pelo Centro de Investigação em Ciências e Tecnologias das Artes (CITAR) da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, no Porto.

O que é isso de arte generativa? Trata-se de uma vertente na qual os artistas desenvolvem ideias que originam séries de eventos, imagens, objectos, arquitecturas, músicas e ambientes relacionadas com o ponto de onde o criador partiu.

Segundo Luís Teixeira, elemento do CITAR e responsável pela organização do festival, a ideia de colocar a arte generativa no centro do evento está relacionada com a realidade vivida no centro de investigação. “É próximo do que no dia-a-dia se faz aqui”, afirma.

Tal como em edições anteriores, as actividades desdobram-se em conferências, workshops e eventos artísticos, pensados numa perspectiva integradora. Para Luís Teixeira, este facto é particularmente importante, pois torna os “Olhares de Outono” diferentes de outros festivais. “Para além de ver a peça em si, o público tem a possibilidade de ouvir a pessoa que a criou falar sobre ela”, diz.

Robôs pintores e novos instrumentos

Os destaques desta edição vão para nomes estrangeiros como Ken Rinaldo, teórico norte-americano que se debruça sobre a área da robótica e dos sistemas emergentes e sobre a fronteira entre o orgânico e inorgânico, e Lia, artista digital austríaca.

Victor Gama, que nasceu em Angola, mas cedo se fixou em Portugal com dupla nacionalidade, vem ao Porto mostrar como transformações nos instrumentos musicais podem resultar em variadas sonoridades e novos processos de composição. Destaque também para Leonel Moura (com os seus conhecidos robôs pintores, criados em 2003) e para os artistas do som e da performance Adriana Sá e Pedro Tudela.

O acesso às actividades é livre e está aberto ao grande público. As vagas para a frequência dos workshops já se encontram preenchidas.

A 3 de Novembro, último dia do festival, vão ser apresentados os vencedores do prémio MAPA. Os projectos serão seleccionados por um júri internacional e o melhor criador receberá cinco mil euros.