A Universidade Independente (UnI) fecha as portas esta quarta-feira, cumprindo assim o despacho do Ministério do Ensino Superior que decretou o encerramento compulsivo da instituição.

Hoje, terça-feira, penúltimo dia da vida da instituição, ultimaram-se os diplomas e os certificados e preparou-se uma cerimónia simbólica que assinala o fim da UnI. A última universidade a ser encerrada compulsivamente pela tutela foi a Livre, em 1986.

Quando o caso Independente rebentou, em Fevereiro, questionou-se a credibilidade do certificados e diplomas passados pela Independente. Mas, contactada hoje pelo JPN, Maria João Barreto, porta-voz da SIDES (Sociedade Independente para o Desenvolvimento do Ensino Superior), gestora da UnI, afirma que a descredibilização da universidade foi “alimentada pelos jornalistas e críticos que entretanto abandonaram a Independente”.

“Estes certificados e diplomas vão ter tanta credibilidade como qualquer outro diploma de qualquer outra universidade”, sublinhou. Na origem da crise na Indepenten, estavam suspeitas de fraude, burla e gestão danosa. Desde Fevereiro, a universidade conheceu reviravoltas sucessivas no controlo da instituição e da empresa proprietária (a SIDES), disputadas por duas facções em litígio.

À espera de “justiça”

A UnI fecha as portas, depois de, em Maio, o ministro Mariano Gago ter retirado o reconhecimento de interesse público à instituição de ensino superior privado.

Maria João Barreto afirma que a UnI espera que a providência cautelar interposta em tribunal contra o encerramento “faça justiça e traga alguma reflexão no sentido de dar à Independente a imagem de qualidade e perseverança que sempre teve”.

Transferências concluídas

O processo de transferência dos alunos já está concluído. Os ex-alunos da Independente foram maioritariamente acolhidos pelas universidades Lusófona, Internacional, Clássica, Nova e Moderna.

A SIDES espera apenas o resultado da providência cautelar e revela não ter ideias de avançar para outros projectos universitários. Segundo Maria João Barreto, a UnI aguarda agora que “os alunos mantenham a boa imagem de qualidade que tanto foi afectada por problemas político-partidários e que nada têm a ver com o ensino da Independente”.

Depois de encerrada, a UnI vai estar a cargo da Direcção-Geral do Ensino Superior, que ficará responsável pela sua guarda e pela emissão das certidões que sejam solicitadas.