O histórico edifício da reitoria da Universidade do Porto contrasta com a a contemporaneidade das instalações presentes na exposição de trabalhos do Prémio MAPA. A maioria das obras, expostas até domingo, convida os visitantes a participarem na criação ou a viajarem por mundos virtuais.

Os responsáveis pela exposição são estudantes de nove instituições portuguesas do ensino superior. O Prémio MAPA será entregue ao melhor trabalho no dia 3 de Novembro, durante o festival “Olhares de Outono“, na Universidade Católica.

A exposição de trabalhos, que, segundo fonte da organização, já recebeu “centenas de visitantes”, está integrada no Festival Digital Media Prémio MAPA que pretende mostrar ao público novas criações que unem arte às novas tecnologias.

Almofadas que gritam e peixes músicos

Situada na entrada da reitoria, “Nós aqui em baixo”, da estudante da UP Sandra Catarina Mendes, é uma instalação em que os visitantes pisam almofadas com fotografias de caras. Em cada passo ouve-se um som diferente, como um grito ou uma gargalhada.

Ao subir as escadas principais para o segundo andar do edifício, encontramos uma Marilyn Monroe que faz parte da instalação “Sopra-me”, de Bruno Amaral e Rita Oliveira de Figueiredo, da Católica. O visitante é convidado a soprar uma pequena ventoinha, recriando a cena do vento a levantar o vestido da famosa actriz da década de 50. Rita explica que o objectivo da instalação é apelar à sensualidade.

Já na biblioteca da reitoria estão presentes mais quatro trabalhos. “Labirinto”, criado por Nuno Dias e David Rodrigues, da Universidade da Beira Interior, assemelha-se a um jogo em que o utilizador entra num labirinto virtual para descobrir um dos quatro elementos: terra, ar, água ou fogo. O utilizador caminha num step através de um labirinto virtual, explica Nuno Dias.

“Generactive”, desenvolvido por alunos da Universidade de Lisboa, surgiu no estudo dos sistemas generativos. “Através do reconhecimento da posição do utilizador, há uma ligação entre o meio que é impresso e o meio audiovisual”, explica Ana Sofia Oliveira, da equipa do projecto.

Fazer com que o visitante sinta a atmosfera “relaxante” de um aquário é o objectivo da instalação “Soundscapes from underwater”, de Filipe José Ferreira, do Instituto Politécnico de Leiria. “A ideia é que os peixes sejam responsáveis pela paisagem sonora”, diz. Nesta instalação sonora, os movimentos do peixe fazem mudar os sons que ouvimos.

Um exposição “diferente”

A estudante Ana Luísa Moreira ficou surpreendida com a exposição. “Está diferente do que aquilo que estamos habituados a ver”, disse. “Os alunos estão a gostar muito”, contou o professor da Escola Soares dos Reis, Rui Lopes, que levou os seus estudantes à mostra.