“A psicologia da catástrofe não é uma forma de resolver o problema [das alterações climáticas], mas sim a psicologia da responsabilidade”, afirmou o vice-presidente da Quercus, Francisco Ferreira, num debate do Clube dos Pensadores, ontem, segunda-feira, à noite. “Cada dia que passa em que não fazemos nada é um custo acrescido para resolver o problema”.

A tónica da prevenção atravessou várias intervenções do debate, que decorreu num hotel de Gaia. “Vamos ‘préciclar’. Reduzir o lixo. Não comprar coisas desnecessárias. O lixo deve ser encarado como um recurso”, afirmou o fundador do clube, Joaquim Jorge.

Segundo um estudo encomendado recentemente pelo Governo de Tony Blair, Portugal é um dos países europeus mais vulneráveis às alterações climáticas. Portugal, que ocupa o 21º lugar de consumo energético, vê-se também a braços com uma escassez de reservas de água face às necessidades.

Críticas ao Governo

A questão do mau aproveitamento da orla costeira também não ficou de parte. A vice-presidente da associação Bandeira Azul, Maria Teresa Goulão, apontou, aliás, a política do mar como umas das políticas em que Portugal tem margem de manobra.

O Governo também foi alvo de críticas. A vice-presidente da Bandeira Azul apontou as medidas do Governo como insuficientes e pouco voltadas para as questões ambientais. Joaquim Jorge acusou mesmo os líderes do Governo de não darem o exemplo: “Andam a passear em carros que provocam enorme poluição ambiental”. “Que eu também tenho”, reconheceu.

No próximo mês, o tema de debate do Clube dos Pensadores será o futuro do jornalismo.