As equipas de socorro já conseguiram chegar à maior parte das zonas afectadas pelo ciclone Sidr, que atingiu, na passada quinta-feira, o sul do Bangladeche, de acordo com dados do Exército. O número de mortes continua a aumentar – são já cerca de 3.500 -, e mais de um milhão de pessoas ficaram desalojadas.

De acordo com a UNICEF, quase metade da população afectada são crianças, contando com uma estimativa de 400 mil com menos de 5 anos de idade. Tanto mulheres como crianças necessitam de ajuda urgente no que toca a água potável, alimentos, roupa e abrigo. Outra das prioridades é prevenir doenças associadas às águas estagnadas, como a cólera e a disenteria, às quais as crianças são mais susceptíveis.

Kits de ajuda

A UNICEF vai subsidiar a compra de kits (com utensílios, roupa e alimentos) para as famílias e também ajudas em termos de saúde, água, saneamento, nutrição e apoio psicológico e social a crianças.

O Governo do Bangladeche, país do sul asiático, mobilizou as forças armadas para ajudar as cerca de sete milhões de pessoas que foram afectadas pelo ciclone. No local, está também o Programa Alimentar da ONU para prestar auxílio.

O mais grave ciclone da última década

Considerado o mais grave ciclone da última década no Bangladeche, o Sidr provocou ventos de 240 quilómetros por hora, chuvas fortes e inundações. A sua categoria é superior à do Katrina, que atingiu o grau quatro numa escala de cinco.

Os danos foram graves devido ao tipo de construções, essencialmente feitas de adobe, bambu e palha, à concentração populacional e à altura do país em relação ao mar. Zonas habitacionais submersas e linhas de comunicação destruídas, perda de gado e de colheitas foram alguns danos.

O Bangladeche já tinha sido atingido por um tufão em 1970 e os abrigos de betão construídos na sequência da catástrofe serviram de protecção à maioria da população desalojada.

Apesar o número de mortes ter sido mais baixo do que o esperado, os danos nas infra-estruturas, assim como na economia do país, foram graves. O Bangladeche é um dos países mais pobres do mundo e 40% dos quase 150 milhões de habitantes vive com cerca de 60 cêntimos por dia.

Ajudas exteriores

O Governo do Bangladeche anunciou ontem, quarta-feira, que tinha promessas de ajuda internacional que rondam os 263 milhões de euros. A maior parte deste valor (170 milhões de euros) será proveniente do Banco Mundial, num empréstimo a juros baixos e num donativo para colmatar necessidades mais imediatas e para projectos de recuperação a longo prazo.

A Comissão Europeia também anunciou a concessão de cinco milhões de euros para ajuda humanitária. Alguns países europeus prometeram auxílio, assim como os Estados Unidos.