O Rivoli encheu desde a estreia de “Jesus Cristo Superstar”, sucesso que está a contribuir para a revitalização da baixa do Porto. É a convicção do encenador Filipe La Féria, tranquilo em relação à polémica da concessão do teatro portuense.

“Jesus Cristo Superstar”, que estreou no passado fim-de-semana no Politeama, em Lisboa, trouxe mais de 130 mil espectadores ao Rivoli em apenas quatro meses e meio. Um recorde sem precedentes no teatro portuense, lembra La Féria, que diz que “O Principezinho”, em cena desde 15 de Setembro, também tem atraído muitas pessoas ao teatro. Em média, 1.400 crianças por dia vêem o musical.

Os espectáculos também reavivaram o comércio, cafés e restaurantes junto ao Rivoli, defendeu La Féria, numa conferência de imprensa, hoje, terça-feira.

“Esta zona, às sete horas [da tarde], não tinha ninguém. A Brasileira fechava, não havia restaurantes, não havia nada. Hoje em dia, os restaurantes estão abertos, a Brasileira até tem filas, porque as pessoas vêm jantar antes de ir ao teatro. E isso é muito importante porque o teatro tem que estar no coração da cidade. O teatro tem que fazer parte e modificar a cidade”, referiu.

“Adoro manifestações”

Filipe La Féria diz não estar preocupado com os problemas no processo de concessão da gestão do Rivoli, considerado ilegal pelo Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto. Para o encenador, “o palco não é para os políticos. Os políticos têm outros palcos”. Brinca mesmo com a possibilidade de novas manifestações: “Eu adoro manifestações”.

O encenador não tem data marcada para sair do Rivoli, estando apenas previsto um interregno de duas semanas, por altura do Fantasporto, no início de 2008. Actualmente, está em cena no Rivoli “O Principezinho”, ao qual se juntará o musical “Música no Coração”, a partir de 7 de Dezembro.