“Todos os bares do Porto vão ser visitados pela ASAE”, afirmou o inspector-geral daquele órgão de fiscalização, António Nunes, num fórum sobre segurança, organizado pela associação de bares portuenses, ontem, quarta-feira.

Perante vários proprietários de estabelecimentos nocturnos e autarcas de Porto e Gaia, António Nunes recusou as críticas feitas à actuação da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica no segundo fim-de-semana de Setembro, em que foram encerrados 13 espaços de animação nocturna portuenses.

Os 56 bares inspeccionados “foram escolhidos de forma mais ou menos aleatória”, explicou o inspector-geral, que revelou que a ASAE já fez 11 operações à noite do Grande Porto.

“Denegrir da imagem”

O presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP), António Fonseca, e o vereador das Actividades Económicas da autarquia local, Sampaio Pimentel, criticaram o modus operandis da ASAE.

Segundo Sampaio Pimentel, que fez críticas à presença de jornalistas na operação em Setembro, o modo de actuação da ASAE leva a um “sucessivo denegrir da imagem da actividade no Porto”.

António Nunes, por seu turno, garantiu que não foi a ASAE que chamou a comunicação social. “A única crítica que aceito é que devíamos ter tido mais diálogo com outras forças de segurança”, que também actuaram nessas noites, sublinhou.

À proposta do vereador de indicar à ASAE alguns estabelecimentos onde a fiscalização devia ser prioritária, António Nunes disse que o órgão “não está disponível para adequar acções com nenhuma entidade que não esteja prevista no nosso plano de actividades”. Mas aceitou apoiar acções no mesmo sentido, desde que lideradas pela autarquia.

“Continua a haver estabelecimentos de restauração e bebidas com falta de condições sanitárias e de higiene. Isto é inaceitável. São 2 ou 3% dos operadores, mas dão mau nome a todo o sector”, acrescentou.