Um segurança do Porto foi assassinado a tiro esta madrugada, pelas 4h30, na zona de Miragaia. É o quinto assassinato de pessoas ligadas à noite do Porto desde Maio.

De acordo com o PortugalDiário, a vítima é Ilídio Correia, de 33 anos, empresário da noite portuense, segurança e proprietário de uma empresa de segurança privada e chefe de seguranças.

Segundo a Agência Lusa, o homem foi atingido por um número indeterminado de tiros, a partir de um carro em andamento, enquanto conversava com um amigo que não foi ferido. Ao JPN, a Polícia Judiciária não comentou o caso, mas fonte policial contactada pela Lusa revelou que ainda “não há suspeitos”.

“Ajuste de contas”

O presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto, António Fonseca, afirmou ao JPN que este acontecimento “não tem nada a ver com os espaços de animação nocturna”, mas admitiu que contribui para “agravar o sentimento de insegurança” que se vive na cidade.

O responsável acredita que este caso se deve a um “ajuste de contas” e que acontecimentos do género “vão continuar”. Desconhece a investigação que está a ser feita em torno deste e de outros casos semelhantes, ocorridos no Verão passado, mas não duvida que o policiamento na noite “está mais apertado”.

Em comunicado, a PSP informa que “o sucedido vai certamente afectar o sentimento de segurança da população. De forma pró-activa, esta polícia vai intensificar o patrulhamento e a visibilidade policial, nas zonas consideradas mais críticas, recorrendo a elementos fardados e à civil, no sentido de atenuar aquele efeito”

Apelo a “atitude ética”

Ontem, quarta-feira, à tarde, horas antes do homicídio, realizou-se no Porto um fórum sobre segurança, que contou com a presença de António Fonseca, do director da PJ do Porto, Vítor Guimarães, do comissário Pedro Teles, da PSP do Porto, e de autarcas de Porto e Gaia numa tentativa de desmistificar o que aconteceu no Verão passado.

O director da PJ do Porto afirmou que “todas as estatísticas mostram que a criminalidade grave diminuiu”. Reconhecendo que “não é um problema fácil de resolver”, apelou a uma “atitude ética” por parte dos empresários. “Têm que dar um sinal colectivo à sua oposição” aos grupos de segurança privada ilegal, vincou.

Para Pedro Teles, da PSP, “vários acontecimentos muito próximos [no Verão] criaram um sentimento de insegurança”. “Em 2007, a área metropolitana do Porto está mais segura do que em 2006”, garantiu, recorrendo às estatísticas oficiais.

Na plateia, uma comerciante da Ribeira interviu para discordar da visão apaziguadora das autoridades e acusou a polícia de não dar resposta aos problemas de segurança naquela zona. “Não me digam que cidade é seguríssima. É mentira”, atirou. Na resposta, Pedro Teles declarou: “A zona da Ribeira é das mais bem policiadas do Porto”.