80 lojas, 20 mil metros quadrados, 65 milhões de euros. São números do centro comercial Gran Plaza, inaugurado há quase um mês na Rua de Fernandes Tomás, na Baixa do Porto. O director do centro comercial faz um balanço positivo das primeiras semanas de vida do espaço. “As vendas e o número de clientes estão a corresponder ao que os lojistas esperavam, na maioria dos casos; noutros, estão a suplantar aquilo que estavam à espera”, assegura José Manuel Leite, ao JPN.

Nestas primeiras semanas, o Porto Gran Plaza tem recebido em média 18 mil visitantes por dia, segundo a administração do centro comercial.

Muitas são as pessoas que visitam o espaço, movidas mais pela curiosidade do que propriamente pelo consumo. Gabam-lhe a inovação na decoração e infra-estrutura e a luminosidade. No entanto, há quem critique a localização do shopping, fixado numa zona já fortemente comercial.

José Manuel Leite esclarece que um dos motivos da escolha pela localização foi o de trazer mais gente à Baixa. “[Quisemos] Tentar rentabilizar o comércio tradicional que há no Porto, tentar dinamizar a oferta comercial”, diz.

Mais pessoas, mesmos clientes

Do lado dos comerciantes da Baixa, uns agradecem o aumento de pessoas que circulam pelas ruas, mas a maioria clarifica que “mais pessoas não significa mais clientes”.

Um ginásio em vez de cinemas

Ao contrário do habitual nos centros comerciais, em vez de salas de cinema, o Gran Plaza alberga o primeiro health club da Virgin Active (grupo pertencente ao magnata Richard Branson) em território nacional, que ocupa 4 mil metros quadrados.

O comércio continua pouco activo, lamentam. “Veio trazer mais gente para passear, mas é só. Nada mudou”, diz uma lojista.

“A crise é imensa. Nota-se muito, de ano para ano, a diminuição do poder de compra das pessoas desta zona. Concordo com a abertura de centros comerciais para criar alguma movimentação da população, não concordo é com a diferenciação de horários e, acima de tudo, é fundamental voltar a haver habitação na Baixa. Sem habitação, os grandes centros morrem”, afirma uma trabalhadora de uma tabacaria e papelaria.