Actualmente, Portugal gasta em tratamentos de combate à sida cerca de 200 milhões de euros por ano, sendo que os tratamentos variam entre os oito mil e 30 mil euros por ano. Estes números foram revelados há poucos dias numa conferência em Bruxelas. Portugal é o segundo país da União Europeia (UE) com maior incidência da doença, num ranking liderado pela Estónia. Hoje é o Dia Mundial da Luta Contra a Sida.

O coordenador nacional para o VIH/sida, Henrique de Barros, afirma ao JPN que, nos últimos dois anos, há uma tendência para o número de infecções diminuir, principalmente devido ao aumento da prevenção. “A sida não é apenas um problema de saúde, é um problema social”, diz.

“Se nas escolas não falarmos sobre educação sexual, se não usarmos a utilizar os preservativos, como é que esperamos que os venham a fazer mais tarde?”, questiona Henrique de Barros, que apela também a um envolvimento das empresas nesta luta.

“Identificar as pessoas infectadas o mais precocemente possível, aumentar a circulação do número de preservativos e evitar o uso de seringas contaminadas são as medidas básicas que o Governo está a tomar”, explica.

Acompanhar políticas públicas

Realizou-se hoje primeira reunião do Conselho Nacional para a Infecção VIH/sida, presidido pelo ministro da Saúde e composto por instituições dos vários sectores. O Conselho Nacional é um meio de acompanhamento das políticas públicas de prevenção e controlo da infecção VIH, promovidas em todos os sectores.

Ontem, ao JPN, Henrique de Barros salientava que a reunião do Conselho iria focar três temas essências: a educação e a sida, a sida nas prisões e a capacidade de resposta das organizações de saúde face aos doentes infectados.

Segundo dados recentes da ONU, a sida mata quatro pessoas em cada minuto, mais de 5.700 por dia. Atinge essencialmente adultos jovens, entre os 20 e os 49 anos, e pessoas de nível social mais baixo.