A Venezuela rejeitou, no referendo de domingo, a proposta de reforma constitucional do presidente Hugo Chávez.

50,7% dos venezuelanos votaram “não” no primeiro bloco de 33 propostas elaboradas por Chávez num total de 4.545.434 votos, enquanto o “sim” obteve 49,29%, correspondente a 4.379.392 votos.

No segundo bloco composto por 36 artigos, reformados pela Assembleia Nacional, o “não” obteve 51,05%, 4.522.332 votos, e o “sim” 48,94%, 4.335.136 votos. Chávez viu, assim, a reforma intitulada “Socialismo para o Século XXI” ser chumbada.

Chávez mostrou-se conformado com o resultado do referendo. “Eu compreendo e aceito que a proposta que fiz foi profunda e intensa”, disse. O presidente venezuelano felicitou, ainda, os seus opositores. “Dou os parabéns aos meus adversários pela sua vitória. Com o coração, digo que por horas estive num dilema. Agora, saí do dilema e estou tranquilo, e espero que os venezuelanos também estejam”.

Os Estados Unidos da América mostraram-se felizes pelo desfecho deste referendo. Os norte-americanos temiam que Chávez se tornasse num presidente com poderes ilimitados. “Num país que quer ser democrático, o povo expressou a sua vontade e escolheu a democracia”, afirmou o subsecretário de Estado, Nicholas Burns.

Com esta derrota, Hugo Chávez não conseguiu aprovar a possibilidade de se voltar a candidatar à presidência da Venezuela. A vitória do “não” impede também que o presidente venezuelano censura a imprensa daquele país.

No referendo de domingo a abstenção atingiu os 44% – 7,2 milhões de eleitores não exerceram o seu direito de voto.