Todos os anos são descobertos 800 mil novos casos de doença de Alzheimer na Europa. Segundo a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer (APFADA), existem em Portugal aproximadamente 70 mil pessoas com esta doença.

Decorria o ano de 1906, quando o médico alemão Alois Alzheimer definiu uma nova patologia que se manifestava pela perda de memória, desorientação, alucinações e, por fim, a morte. À nova patologia atribuiu o seu próprio nome.

A doença caracteriza-se por um processo neuro-degenerativo progressivo, com a destruição dos neurónios, especialmente dos que têm função na memória e na capacidade de aprendizagem. A idade é o principal factor de risco.

Esta doença provoca uma elevada taxa de incapacidade a vários níveis, o que acaba por condicionar profundamente a qualidade de vida dos doentes, bem como a dos familiares e prestadores de cuidados.

Melhoria da qualidade de vida

Serviços de apoio

Instituições como a APFADA têm uma série de serviços, que vão desde o apoio domiciliário até consultas de apoio psicológico. Outra das apostas desta associação passa pela formação daqueles que prestam cuidados aos doentes, promovendo a preparação destas pessoas, de modo a lidarem mais facilmente com a demência dos familiares. Possui também uma Linha Telefónica de Apoio (214925307).

Uma vez que a doença de Alzheimer ainda não tem cura, uma das poucas coisas que se pode fazer por estes doentes é apostar na melhoria da qualidade de vida. É desta forma que a terapia ocupacional surge aliada ao tratamento doença. Actividades que estimulem e ocupem estas pessoas são a base desta forma de terapia.

Por se tratar de uma doença neurológica, “existe a necessidade de constantes estímulos a nível psíquico e até afectivo”, refere Pedro Azevedo, terapeuta ocupacional, que tem dedicado o seu percurso à doença de Alzheimer.

“Actividades como a leitura, artesanato, pintura, desenhos ou passeios, são bastante gratificantes para estes doentes. Obviamente, a terapia ocupacional vai actuar a diferentes níveis e de diferentes formas, consoante o estágio da doença”, explica Pedro Azevedo.

Prestadores de cuidados e familiares

As consequências da doença a nível familiar são imensas, uma vez que aqueles que prestam cuidados acabam por sofrer um grande desgaste a nível emocional. O aparecimento da doença no seio de uma família obriga a uma profunda reestruturação a vários níveis.

“As anteriores rotinas dão lugar a um mundo novo, com descobertas quase diárias, e ajustes constantes à nova realidade, quer do doente, quer da família”, explica a cuidadora Fátima Teixeira.

Para Fátima Teixeira, que cuida há dois anos da mãe, doente de Alzheimer, a necessidade de maiores apoios por parte das instituições trata-se de uma realidade com a qual os prestadores de cuidados se deparam quase diariamente.

Por se tratar de uma doença com contornos tão complexos e com um nível de exigência de cuidados tão elevado, são poucas as instituições que disponibilizam um atendimento à altura das necessidades destes doentes.