No próximo dia 3 de Janeiro, as 26 associações com direito de voto na Federação Académica do Porto (FAP) vão escolher o sucessor de Pedro Barrias na presidência da estrutura.

Tal como em 2007, ano em que Barrias se candidatou a um segundo mandato sem lista concorrente, Ivo Santos, actual vice-presidente da FAP, deverá ser eleito sem oposição. A lista de Ivo Santos foi a única que se candidatou ao escrutínio.

Em entrevista, o aluno do Instituto Superior de Engenharia do Porto, de 23 anos, revela os seus planos para a FAP e para a academia do Porto. Garante que vai “trabalhar na defesa dos interesses dos estudantes”, através do diálogo com o Governo, e “criar uma rede de aproximação aos estudantes, fazendo com que se sintam identificados com a FAP e próximos dela”.

Internamente a FAP está satisfeita com o seu trabalho?

Felizmente, posso dizer que a federação vive um período muito gratificante. Agora é tempo de haver um crescimento e um salto qualitativo para a federação, e é isso que nos propomos a fazer.

Pretende dar continuidade ao trabalho de Pedro Barrias ou vai operar mudanças substanciais?

Esta é claramente uma lista de continuidade. Há um fio condutor que foi iniciado e que deve continuar. Há, aliás, cinco pessoas nesta lista que constavam na lista do mandato anterior. Haverá alterações, mas do ponto de vista da forma como a FAP se organiza internamente.

Neste momento, a FAP tem várias vertentes: política, social, académica, cultural e desportiva. Qual valoriza mais?

Entendo a FAP de uma forma essencialmente política. A razão de existir da FAP é uma representação estudantil da academia do Porto aos mais variados níveis. Contudo, a FAP tem uma intervenção na Academia, na cidade e até mesmo no país, que começa se calhar com uma intervenção política, mas que se espalha em todas as outras vertentes.

No caso da FAP Social, há ideias novas?

Queremos dar uma perspectiva do que é a FAP Social, daquilo que é feito – voluntariado, projecto “Aconchego”, dádivas de sangue. Se calhar, tentar organizar a primeira feira de saúde, onde os estudantes poderão ter contacto com algumas realidades como as doenças sexualmente transmissíveis, o alcoolismo, hábitos de vida saudáveis, entre outros. E tentar desenvolver uma forma de criarmos uma rede social na academia.

Vai procurar estabelecer parcerias?

Sim. Criar redes sociais e redes de parcerias e criar sinergias que consigam responder a um conjunto de actividades.

Pode enumerar algumas?

Uma parceria, não do ponto de vista lucrativo, com o Ministério do Ensino Superior, onde discutimos problemas do ponto de vista educativo. Com a Câmara do Porto, logo pela cedência do Queimódromo por três anos, com o Instituto Português da Juventude… E este tipo de parcerias – as chamadas “lutas de gabinete” – devem ser uma aposta cada vez mais sólida, em detrimento das lutas de rua. É de valorizar a via do diálogo, à via da discussão e do combate político.

Que fragilidades da Academia do Porto vai tentar combater?

Sobretudo as questões da segurança e da mobilidade. A questão do primeiro emprego, especialmente o emprego de diplomados, é outra das preocupações.

Ainda não está no exercício das suas funções, mas já se sente o representante de todos os estudantes da Academia do Porto?

Sentia-me enquanto vice-presidente do Pedro Barrias, que desenvolveu um trabalho admirável no seu mandato. Quando somos dirigentes associativos, há uma preocupação com aqueles que representamos directamente e há também um sentimento de responsabilidade de trabalhar na defesa dos interesses dos estudantes e representá-los. Certamente que esse sentimento já cá existe.