O reitor da Universidade do Porto (UP), Marques dos Santos, acredita que no ano lectivo de 2008/2009 podem arrancar a parte escolar de um MBA (mestrado em Business Administration) e um DBA (doutoramento) ministrados pela sua universidade em conjunto com as de Aveiro, Coimbra, Minho e o Centro Regional do Porto da Católica.

“Há condições para que isso aconteça”, afirmou Marques dos Santos esta sexta-feira, durante a assinatura do acordo de fusão entre a Escola de Gestão do Porto (EGP) e o Instituto de Investigação e Serviços da Faculdade de Economia (ISFEP).

Desta operação resulta uma única escola de negócios da UP (a University of Porto Business School), que espera facturar, “em dois ou três anos”, 10 milhões de euros por ano, o dobro do que facturaram em 2007 a EGP e o ISFEP juntos.

O director da EGP, Daniel Bessa, lembrou, porém, que as três grandes business schools espanholas facturam 80 milhões de euros anualmente. “Isto dá uma ideia do caminho que temos de andar”, referiu.

Segundo o reitor da UP, as universidades Católica, de Aveiro, Coimbra e Minho já foram convidadas para a criação de um MBA inteiramente leccionado em inglês e um DBA com relevância internacional e mostraram um “interesse de princípio”.

Processo difícil

A concretizar-se a parceria (que pode surgir em forma de consórcio, lembrou Marques dos Santos), pode estar lançada uma nova base para uma única escola de negócios do norte do país, projecto antigo e ambicionado por muitos.

A exclusão da Escola de Gestão Empresarial (EGE) da Católica do Porto da primeira fase do projecto não se deve a “qualquer desentendimento”, sublinhou o presidente da Associação para a Escola de Gestão do Porto, organismo que reúne empresários e que defende a fusão entre as business schools portuenses.

“Defendíamos um projecto mais amplo, mas, às vezes, a linha recta não é o caminho mais directo para atingir o objectivo”, declarou Humberto Costa Leite. “O meio académico não é como o das empresas. Há coisas mais difíceis de fazer”.

A diferença entre culturas institucionais faz com que “as fusões não sejam fáceis”, afirmou Marques dos Santos. “Demos já um sinal positivo. Mas a fusão não é a única maneira de criar massa crítica – a lei agora permite os consórcios. Não era possível avançar para uma integração maior se na própria UP não tivesse havido esta integração”, defendeu.

Internacionalização é meta

A University of Porto Business School estará formalmente concluída até Março e vai oferecer as actividades de formação avançada em Gestão que eram dadas na EGP e ISFEP. Neste momento as duas escolas têm cerca de 500 alunos em programas de longa duração.

Nos termos do acordo de fusão, será criado um conselho geral em que 25% dos membros serão indicados pelo reitor da UP, 25% pelo conselho directivo da FEP e os restantes 50% pelos restantes associados não vinculados à UP, nem à FEP.

“Atrair bons alunos de diferentes países” e “associar-se a grandes escolas internacionais” são objectivos elencados pelo director do ISFEP, Mário Rui Silva.