O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou esta quinta-feira que o novo aeroporto internacional de Lisboa será construído nos actuais terrenos do Campo de Tiro de Alcochete.

O dilema Alcochete-Ota chega assim ao fim, com uma decisão diferente da tomada inicialmente pelo Governo. O actual ministro das Obras Públicas, Mário Lino, defendia a localização na Ota, mostrando-se contra a construção do aeroporto na margem Sul, onde fica Alcochete.

A escolha baseou-se num estudo [PDF] encomendado ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que aponta Alcochete como a “opção mais favorável” para a construção do novo aeroporto.

Sócrates garantiu ainda que Mário Lino vai permanecer no cargo. Frisou que o ministro das Obras Públicas “tem todas as condições para continuar”. “Não há uma política do Ministério das Obras Públicas. Há apenas uma política do Governo”, sublinhou o primeiro-ministro, que esteve acompanhado por Lino durante a conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros.

Vantagens em quatro pontos

Em causa, estão vantagens apresentadas por Alcochete em quatro factores críticos de decisão dos sete apontados pelo laboratório (segurança, eficiência e capacidade das operações do tráfego aéreo; sustentabilidade dos recursos naturais e riscos; compatibilidade e desenvolvimento económico e social; e avaliação financeira).

José Sócrates, que falou pela primeira vez no final do Conselho de Ministros, adiantou também que o relatório recomenda não só Alcochete, como também a construção de uma ponte rodo-ferroviária para fazer a travessia entre Chelas e o Barreiro.

“Este relatório é absolutamente claro e não deixa margem para dúvidas. Ambas as soluções – Ota e Alcochete – eram viáveis e sustentáveis, mas Alcochete é aquela que do ponto de vista técnico e financeiro é a mais favorável”, sublinhou o primeiro-ministro.