O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, ficou esta quarta-feira a conhecer, em Jerusalém, o conteúdo do relatório final da investigação sobre a guerra de Israel contra o Hezbollah, no Líbano, no Verão de 2006.

A investigação centrou-se, essencialmente, nos últimos dias da guerra, quando Israel fez uma ofensiva terrestre no sul do Líbano, estando já previsto um acordo de cessar-fogo, que se realizaria 60 horas depois. O facto de essa operação ter vitimado 33 soldados israelitas foi um dos motivos das fortes críticas dirigidas a Olmert.

Os resultados da investigação, presidida pelo juiz Eliyahu Winograd, apontam “falhas graves ao mais alto nível da hierarquia política e militar”. O juiz, já reformado, considera que o exército não estava preparado para esta ofensiva de última hora (três dias antes do final previsto para a guerra) e que tanto os líderes políticos como os militares são responsáveis pelo “grande e grave fracasso” da missão.

Pressão atenuada

No entanto, a ofensiva foi considerada “razoável”, já que foi feita uma “avaliação honesta” dos interesses do país. Este ponto do relatório fez com que a grande pressão que vinha sendo exercida sobre Olmert fosse atenuada.

Ainda antes da divulgação do relatório, o primeiro-ministro israelita tinha dito que não renunciaria ao cargo. Depois de conhecidas as conclusões, Olmert fez saber que aceitava as críticas, mas que continuava com a intenção de permanecer no cargo de primeiro ministro.

Início da investigação

O primeiro-ministro tinha sido acusado em Abril, por Winograd, de “falhas severas” e de decisões precipitadas no início da guerra contra o Hezbollah, no Líbano, em 2006. Amir Peretz, ministro da Defesa, e Dan Halutz, chefe das Forças Armadas na altura da guerra, foram também acusados, tendo acabado por se demitir em 2007.

A ofensiva de Israel contra o Líbano iniciou-se em Julho de 2006, motivada pela morte de oito soldados israelitas e o rapto de outros dois pelo Hezbollah. Causou 1.200 mortos, na grande maioria civis.