A Universidade do Porto (UP) e a Junta Metropolitana do Porto (JMP) vão formar uma estrutura conjunta, que pode envolver outros parceiros regionais, para facilitar a aplicação de medidas concretas para o desenvolvimento da região.

A UP, em parceria com a JMP, juntou durante segunda e terça-feira académicos, empresários e políticos no Palácio da Bolsa, no Porto, para afinar estratégias conjuntas. As discussões vão continuar até ao final de Fevereiro, altura em que deverá nascer a estrutura facilitadora, que vai articular o trabalho dos seis grupos de trabalho (ambiente, energia e sustentabilidade; saúde; educação/formação; mar; conteúdos; e indústria transformadora).

“Universidade é o activo mais importante da AMP”

Emídio Gomes, director executivo da JMP, afirmou que as relações entre a junta e a UP “são cada vez mais fortes”. “O melhor e maior activo do espaço metropolitano é a UP”, assumiu. Falta agora “criar projectos ganhadores e geradores de riqueza“.

Na sessão de encerramento, o vice-reitor Jorge Gonçalves anunciou que em Abril será apresentado à comunidade e ao Governo um documento que sintetiza as medidas.

Sem revelar as ideias em cima da mesa, o vice-reitor adiantou algumas: uma estação-piloto para monitorizar as alterações no mar na região Norte (a avançar já este ano) e que permitirá testar materiais a ser usados nas centrais de energia das ondas; um observatório de boas práticas, que permita às empresas encontrarem na UP uma forma de estarem “na vanguarda” em termos de formação; e a transferência de tecnologia para vários sectores da indústria transformadora, incluindo os mais tradicionais.

Maior ligação às escolas

Para além do trabalho a jusante (com as empresas), a universidade quer apoiar projectos “a montante”. Por isso, algumas propostas passam por “mudar a imagem da importância social da educação”, revelou o vice-reitor aos jornalistas.

“Há desafios que a universidade pode assumir, como facultar modelos de ensino mais eficazes [às escolas de ensino primário, básico e secundário]. Quanto melhor a formação, melhor a qualidade dos estudantes que nos chegam”, disse Jorge Gonçalves.

A UP quer ajudar ainda a combater a “segregação social no acesso às universidades”, fornecendo materiais de apoio, criando comunidades que facilitem a aprendizagem. “Temos laboratórios e equipamentos que podemos colocar ao serviço das escolas. Agora que as autarquias vão ter um papel mais importante no ensino, podemos facilitar o ensino experimental”.