O departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro (UA) está a levar a cabo uma investigação científica das construções no centro da cidade. A Câmara de Aveiro é parceira da UA neste projecto, já que permite o acesso aos projectos e traçados de edifícios e autoriza que os alunos estudem as construções da Avenida Lourenço Peixinho.
O levantamento dos materiais e dos sistemas construtivos existentes tem como “objectivo final poder constituir uma base de dados em que qualquer pessoa pode obter informações sobre uma edificação”, explica Aníbal Costa, docente e coordenador deste projecto, em declarações ao JPN.
A base de dados incluirá informações detalhadas por cada edifício, tais como os materiais com que foi construído, a data da sua edificação e o tipo de estrutura.
Parte do estudo é levada a cabo pelos alunos do 4º ano de Engenharia Civil, na cadeira de Patologias das Construções (leccionada por Aníbal Costa). Desta forma, explica o professor, “contactam com a realidade, com casos concretos”, ao mesmo tempo que contribuem para “o futuro da cidade”. Os alunos recolhem amostras de material, de estruturas demolidas, para analisar nos laboratórios, onde criam modelos e fazem ensaios.
Sensibilizar para a reabilitação
Este projecto facilitará a reabilitação do edificado em Aveiro, permitindo “propor soluções associadas aos danos”, defende Aníbal Costa. Com este projecto, será possível poupar tempo em estudos e orçamentações porque permitirá “conhecer o [edificado] existente” e as suas particularidades – como o facto de 25 a 40% dos edifícios ser feito de adobe, um material constituído por terra e cal, que já não é utilizado.
Aníbal Costa afirma ainda que esta investigação é essencial para criar uma “sensibilidade para a reabilitação” na população e nos estudantes. “Reabilitar não é deitar abaixo e construir por cima”, vinca.
O Departamento de Engenharia Civil da UA já contribuiu na reabilitação de vários monumentos aveirenses, como o altar da Sé de Aveiro, o Museu de Santa Joana e a Casa Major Pessoa.
