A Universidade do Porto (UP) poderá vir a ser a reorganizada em cinco grandes escolas, pondo fim à actual organização baseada em 14 faculdades e 72 unidades de investigação. A notícia é avançada na edição desta quinta-feira do “Jornal de Notícias” (JN), que destaca a oposição forte da faculdade de Ciências e do ex-reitor da UP Alberto Amaral a uma possível integração de parte significativa da sua estrutura em Engenharia.

Num documento enviado no final de Janeiro a centenas de membros da academia, citado pelo JN, Alberto Amaral, que será presidente do I3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, critica o “poder absoluto do reitor” e a “estratégia da FEUP” em “procurar imitar o [Instituto Superior] Técnico”.

Ao JN, o presidente do Conselho Pedagógica, António Fernando Silva, fala até de uma “OPA” da Faculdade de Engenharia sobre Ciências e avisa: “Vamos lançar uma contra-OPA”.

Por seu lado, o reitor da UP, Marques dos Santos, diz não reconhecer as críticas de Alberto Amaral. “Esta discussão não devia vir para a praça pública”, disse ao mesmo jornal.

Apesar de dizer que neste momento o que existe são “documentos de trabalho muito preliminares”, Marques dos Santos sublinha que “é preciso reduzir” o número de faculdades e unidades de investigação. “Não tem pés nem cabeça. É possível encontrar soluções que não significam fusão ou extinção, mas sim simples agregação”, defende.

Segundo o JN, é “muito provável” que o novo figurino da UP se baseie em cinco grandes escolas: Ciências Físicas e Engenharia, Ciências da Saúde (Dentária, Desporto e Medicina), Ciências da Vida (Abel Salazar, Farmácia, Biologia e parte da Engenharia), Ciências Sociais (Direito, Economia, Psicologia), Humanidades e Artes. A autonomia das instituições passaria para este nível médio de agregações.