O primeiro-ministro José Sócrates anunciou esta quarta-feira, durante o debate quinzenal na Assembleia da República, um novo investimento em equipamentos sociais (tema que escolheu para a discussão no Parlamento), no valor total de 100 milhões de euros, que se vão traduzir em 75 novas creches e 760 novas salas de pré-escolar.
Afirmando ter como objectivo o reforço das redes do ensino pré-escolar nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto – onde, segundo Sócrates, a taxa de cobertura dos equipamentos sociais é 21% inferior à média nacional -, o primeiro-ministro explica que “apostar nos equipamentos de apoio à infância nas áreas metropolitanas é apostar onde importa”, ou seja, “nas crianças, nas famílias, nas redes sociais”.
Num prazo de dois anos, o primeiro-ministro quer corrigir o desnível entre as duas maiores cidades e o resto do país.
Sócrates salientou a necessidade da existência de uma colaboração entre o Estado, as autarquias e a sociedade civil, em especial através das “instituições particulares de solidariedade social, as misericórdias e as mutualidades”.
“Rebate de consciência”
O primeiro-ministro referiu, também, que “é o rigor orçamental e a contenção da despesa do Estado que permitem concentrar o investimento onde ele é necessário”. Isto no dia em que a Comissão Europeia anunciou que Portugal poderá sair da lista de países com “défice excessivo” já em Maio, ou seja, um ano antes do previsto, disse o comissário europeu dos Assuntos Económicos e Monetários, Joaquín Almunia, citado pela Lusa.
Ainda durante o debate quinzenal no Parlamento, o secretário-geral do Partido Comunista Português, Jerónimo de Sousa, acusou Sócrates de ou ter sofrido “um rebate de consciência” ou de estar já a “posicionar-se na linha de partida para as eleições”.
Por outro lado, o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Fernando Ruas, afirmou à Lusa que via sempre “com agrado investimentos em equipamentos na área social”, apesar de não conhecer os detalhes do plano do Governo.