Um estudo do Conselho Europeu da Segurança nos Transportes (ETCS), divulgado terça-feira, revela que Portugal é um dos países europeus onde se verificam mais mortes nas auto-estradas. Os números, relativos a 2006, colocam o país entre os piores da União Europeia (UE), sendo apenas ultrapassado pela Espanha (6,9), Eslovénia (8,68) e Hungria (8,84), dentro de um universo de 19 países analisados.

A média europeia fixou-se nas 3,65 mortes por cada mil milhões de quilómetros de auto-estrada percorridos, número que Portugal excedeu para quase o dobro (46%) – 6,76 mortes.

A Suíça (1,41) e a Dinamarca (1,5) têm os melhores resultados e juntamente com a Grã-Bretanha e Holanda são as únicas que não excedem as duas mortes. Verifica-se assim uma grande disparidade entre os Estados-membros quanto à segurança nas auto-estradas.

3.200 pessoas morreram nas auto-estradas da UE

Rogério Lopes Soares, director da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M), aponta “o comportamento dos condutores, a má sinalização e a má manutenção” como os principais motivos para os números apresentados por Portugal. “Uma aplicação mais integrada e consistente do Plano Nacional de Prevenção Rodoviária conduziria a resultados mais favoráveis”, defende.

Anualmente morrem 3.200 pessoas nas auto-estradas da UE, valor que representa cerca de 8 % do número total de mortes provocadas por incidentes rodoviários. Os dados indicam, contudo, que a tendência é para a redução gradual destes valores – desde 2001 que se observa um decréscimo anual de 5 % no número de mortes nas auto-estradas europeias.

O documento do Conselho Europeu da Segurança nos Transportes revela ainda que o risco de morte nas auto-estradas portuguesas diminuiu 8,5% entre 1997 e 2006, valor que excede a média de redução (5,7%).