São 4.500 as assinaturas da petição promovida por Carlos Araújo Alves, investigador da área da cultura, que seriam entregues esta quarta-feira na Presidência da República, esperando travar as medidas trazidas pela reforma do Ensino artístico especializado. Em causa está a intenção do Ministério da Educação de tornar obrigatória a integração de aulas de música e de não permitir que as escolas públicas especializadas na área possam dar essas mesmas ao 1º ciclo.

Desta forma, o Governo espera que passe a existir um regime integrado escolar, em que todos os estabelecimentos ofereçam formação geral e formação específica, ou seja, artística.

Uma das exigências dos assinantes é que se mantenha, por enquanto, o ensino supletivo, isto é, a possibilidade de um regime aberto nos conservatórios, permitindo aos alunos ter aulas de vertente geral numa escola secundária normal, e que se proceda a uma maior articulação de ambos os sistemas para preparar essa junção no futuro.

Os objectivos que o Ministério da Educação pretende levar a cabo têm início marcado para o próximo ano lectivo e foram baseados nas conclusões do Grupo de Trabalho para a Reforma do Ensino Artístico. O processo que conduziu à obtenção dessas medidas foi alvo de críticas.

“Governo não pode ser cego”

“Acho sempre inadmissível que os responsáveis no terreno não sejam devidamente consultados e que não haja uma discussão mais alargada para se fazer grandes mudanças estruturais como é o caso”, afirmou Né Barros, directora da escola Ballet Teatro do Porto, ao JPN.

Com esta petição é esperado que o Governo se pronuncie sobre o assunto. “Quando as manifestações são de tal maneira significativas, eu acho que um Governo não pode ser cego”, acrescentou a directora do Ballet Teatro.

Nomes como António Vitorino D’Almeida constam do rol das 4.500 assinaturas, que também chegarão até ao primeiro-ministro.