A notícia correu mundo terça-feira de manhã: o mais antigo líder das Américas, Fidel Castro, renunciava aos cargos de Presidente do Conselho de Estado e de chefe das Forças Armadas de Cuba, ao fim de 49 anos no poder. Um dia depois, as reacções a esta decisão atravessam os quatro continentes. Uns optarem por saudar a abertura de uma nova perspectiva para o povo cubano, outros preferiram elevar as qualidades do antigo líder cubano.

Nos Estados Unidos, o presidente George W. Bush afirmou que esta decisão “deve ser o começo de uma transição democrática em Cuba”. “A comunidade internacional deveria trabalhar com o povo cubano para começar a construir instituições para a democracia”, acrescentou.

O mesmo discurso teve o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês. Através do seu secretário de Estado, Jean-Pierre Jouyet, consideraram o “castrismo um símbolo de totalitarismo” e esperam agora que Cuba enverede pelo caminho da democracia.

Também por parte da União Europeia houve declarações. Javier Solana, Alto representante da União, manifestou o desejo de uma “transição pacífica e rápida, que beneficie todos os cubanos.”

Já na China, Fidel foi saudado como “dirigente revolucionário” e “velho amigo” daquele país. Guennadi Ziuganov, presidente do Partido Comunista russo, descreveu Fidel Castro como um “político genial que, ao tomar esta decisão tomou uma atitude corajosa e que vai ao encontro do interesse do seu país e do seu povo”.

PCP elogia “papel na liberdade” de Cuba

A notícia do afastamento de Fidel Castro também teve eco em Portugal. Como seria de esperar, o Partido Comunista Português optou por destacar as acções de libertação do povo cubano levadas a cabo por Fidel. Albano Nunes, da Comissão Política, afirmou que Fidel Castro “teve um gigantesco papel na liberdade, na soberania do estado cubano e no prestígio de Cuba”.

Os restantes partidos enveredaram por um discurso mais virado para o futuro. PS, Bloco de Esquerda, PSD e CDS-PP preferiram destacar esta decisão como um momento importante na história de Cuba, sendo consensual entre todas estas facções que a actual situação deve ser aproveitada para se alterar algo no que diz respeito à liberdade política, de expressão e de imprensa.