Apesar das campanhas de sensibilização feitas nas últimas semanas, as reservas do Instituto Português do Sangue (IPS) continuam com números abaixo do desejado.

As colheitas das últimas semanas diminuiu a lacuna, mas ainda assim o “stock” está 30% abaixo do pretendido, o que significa que neste momento as reservas duram apenas para três ou quatro dias, quando o ideal seria sete.

O presidente do conselho directivo do IPS, Gabriel Olim, acredita que no fim deste mês a situação já estará estabilizada. “Temos muitas brigadas marcadas e as pessoas estão a afluir aos centros de recolha e aos hospitais”, revela o responsável do IPS.

Segundo Gabriel Olim, a população respondeu ao apelo do IPS em massa, tendo-se registado um aumento de dádivas na ordem dos 50% em relação ao período homólogo. O destaque desta subida vai para os postos de recolha fixos regionais. As recolhas feitas no Porto e em Coimbra corresponderam a 70% do total nacional.

O presidente do conselho directivo do IPS diz que não há motivo para alarme e garante que os portugueses não correm perigo. Mesmo assim, continua a incentivar a dádiva de sangue.

Os grupos com carência mais evidente são o O+ e o A+, com reservas para apenas três dias. Em situação semelhante está o grupo B-, que tem neste momento “stock” suficiente para quatro dias. Os dados das reservas existentes podem ser consultados no site do IPS, que é actualizado com frequência.

Situação não é fora do comum

Por esta altura do ano é normal existir um desequilíbrio entre a oferta e a procura de sangue, o que justifica o número mais baixo de reservas. O responsável do IPS, diz que Janeiro é um mês problemático.

Por um lado, há uma menor disponibilidade das pessoas: Janeiro é o mês que coincide com a época de exames da maioria dos estudantes universitários e o escolhido pelas empresas para entrar em balanço, para além de ser uma época do ano propícia a doenças. No outro prato da balança está uma maior necessidade de sangue, dado que ocorrem mais cirurgias nesta altura.

Estão inscritos 272 mil portugueses na lista de dadores de sangue. Um número que triplicou desde 1996. Para Gabriel Olim, os portugueses já começam a dar importância à necessidade de dar sangue.

No Porto situação não é diferente

No posto do IPS do Porto a recolha de sangue é feita com a mesma intensidade neste momento. No entanto, as dádivas são contabilizadas para o país e não regionalmente. “Tentamos que haja a nível nacional, e não só do Porto, um equilíbrio de todos os ‘stocks'”, explica ao JPN Sónia Alves do IPS-Porto.

Sónia Alves reitera o facto da situação não ser grave, mas afirma que o IPS-Porto está a tentar repor os níveis ideais.

Nas últimas duas semanas o posto fixo do IPS recebeu um número mais elevado de dádivas, incluindo de dadores que o fizeram pela primeira vez. Só nas últimas duas semanas receberam 59 pessoas nesta situação.