É um clássico e um dos grandes sucessos da história do Cinema. “O Feiticeiro de Oz”, de Victor Fleming, vai ser exíbido esta sexta-feira, na Sala Suggia da Casa da Música, pelas 21 horas, com a particularide de a película ser projectada com acompanhamento orquestral ao vivo.

A música original, da autoria de Harold Arle, vai ser executada em sincronia com o filme pela Orquestra Nacional do Porto (ONP), dirigida por Neil Thomson. Este evento tornou-se exequível graças às mais recentes tecnologias, que tornaram possível deixar na fita a voz dos actores originais e projectar o filme com acompanhamento orquestral em directo.

A sessão vai ser antecedida por uma conversa com o jornalista e especialista em cinema, Mário Augusto. Em declarações ao JPN, o especialista fez uma antevisão daquilo que vai acontecer na Casa da Música.

“Aquilo que vai acontecer é uma coisa fantástica. Só de imaginarmos que a Judy Garland gravou o filme e a banda sonora em 1936, portanto há quase 80 anos, e que agora a ONP vai tocar a música para a Judy Garland, só isso, é fantástico” , afirmou.

Para Mário Augusto, “vai ter que haver uma sincronia perfeita entre a música tocada e as vozes”, apesar de esta não ser uma experiência pioneira no mundo do cinema. “Eu já tive a oportunidade de ver este tipo de espectáculos lá fora, nomeadamente da Disney, que costuma fazer este tipo de espectáculos, e é de facto uma experiência única.”

Um marco do cinema musical

No que diz respeito ao filme, sobre o qual vai falar antes da projecção, Mário Augusto categoriza-o como um marco do cinema musical. Para isso, afirma terem contribuído as “técnicas utilizadas porque, o filme sendo a preto e branco, tem situações a cores e muito fortes” realçou o especialista em cinema.

Com o destque do espectáculo de sexta-feira a recair sobre a banda sonora, Mário Augusto afirma que a música do filme se apresenta como sendo quase revolucionária para a época (1939). “Na altura, os musicais eram baladas e não eram assumidos como musicais. Este filme revolucionou o conceito de musical na época e é indiscutivel que se trata de uma obra-prima do cinema”, concluiu.