A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) convocou uma conferência de imprensa para esta terça-feira, de modo a esclarecer os comentários publicados nos blogues “A Educação do meu Umbigo” e “Ensinar na escola“, nos quais se podia ler que a entidade terá recebido do Ministério da Educação um montante de mais de 115 mil euros entre 2006 e 2007.

O presidente da CONFAP, Albino Almeida, afirmou que foi acusado de ser “pago pelo dinheiro dos contribuintes”. Esclareceu que, embora a CONFAP se trate de uma instituição livre e autónoma, recebe subsídios do Estado, resultado do acordo celebrado entre o ministério e a CONFAP, assinado em 11 de Março de 1997.

A confederação de pais vai avançar com um processo contra os autores dos blogues e já pediuaos advogados “que estudem a possibilidade de responsabilizar estas pessoas por via judicial”.

Albino Almeida acrescentou ainda que a questão do financiamento da CONFAP nunca foi abordada pelos sindicatos dos professores, que, de resto, “é igualzinho àquele que os sindicatos recebem”.

“O presidente da CONFAP passeia pelo país com os subsídios”

Por seu lado, os autores do blogue “Ensinar na Escola” decidiram retirar o post referente aos subsídios que a CONFAP recebe, explicando que o objectivo do blogue “não passa pela ofensa de ninguém”.

Porém, Paulo Guinote do “A Educação do meu Umbigo” publicou, esta terça-feira, um texto no qual explica que tomou conhecimento pela rádio que Albino Almeida o pretendia processar. “Em nenhum momento o senhor Almeida afirma que eu divulguei dados erróneos ou deturpados”, escreve Guinote.

O professor acrescenta que será alvo de um processo “por ter uma opinião sobre os factos”. Paulo Guinote esclarece que nunca contestou a legalidade dos subsídios, mas admite ter escrito “que o presidente da CONFAP passeia pelo país com os ditos subsídios”.

O autor do blogue refere que se reserva o “direito de considerar que Albino Almeida” o está a “caluniar, a intimidar e a querer silenciar”.

Situação desligada da contestação ao ministério

Albino Almeida acredita que esta situação não tem a ver com a polémica avaliação dos professores por parte das associações de pais, e que se trata antes “de uma campanha torpe, insidiosa e que visa fundamentalmente destruir a confederação porque ela incomoda”.

O presidente da CONFAP defende-se do ataque dos comentários, e diz que os seus autores “têm muito azar porque o Diário da Republica que citam diz respeito a datas que em que não fazia parte da presidência da CONFAP”.