A Câmara do Porto está a preparar uma nova solução para Unidade Operativa de Planeamento e Gestão (UOPG) da Via de Nun’Álvares, que deve passar por um concurso público que vai aproveitar apenas a área de delimitação do projecto anterior, aprovado em Julho de 2007, existindo a possibilidade do vencedor avançar posteriormente com o projecto do loteamento.

A informação foi avançada esta terça-feira pelo jornal “Público”, que cita um “documento de apoio à delimitação da unidade de execução”, e confirmada ao JPN por fonte do gabinete de comunicação da Câmara do Porto, sem, no entanto, fazer qualquer comentário adicional.

O processo tem decorrido sob grande contestação. O lançamento de um concurso público foi, desde o início, apontado pelo grupo técnico que acompanha a Junta de Freguesia de Nevogilde e pela Ordem dos Arquitectos como a solução mais adequada. A UOPG incide numa área que corresponde a cerca de 20% da freguesia.

Arquitecto aplaude decisão

Em declarações ao JPN, o arquitecto Alexandre Burmester, que participou no processo como consultor da Junta de Nevogilde, considera que esta é uma atitude muito positiva por parte da autarquia. Na passada sexta-feira, o arquitecto esteve numa reunião com a Câmara do Porto, onde foi apresentada a pretensão de avançar com um concurso público.

“Não se percebe como se pode fazer urbanismo ou intervenções [desta importância] sem que haja informação completa e total transparência com as pessoas que possam ser beneficiadas ou prejudicadas”, justificou.

Alexandre Burmester salientou que “este pode ser um bom caminho a seguir para que se evitem situações como a que decorre no processo do Bolhão. É preciso diálogo e compreensão entre as partes”.

O projecto aprovado em Julho previa um corte entre a nova via (que vai fazer a ligação rodoviária entre a Praça do Império e a Avenida da Boavista) e os arruamentos já existentes, facto bastante contestado. Segundo o “Público”, o novo documento pressupõe coerência entre a nova estrutura e os actuais arruamentos, tendo em conta uma necessidade de “fluidez do trânsito e qualidade ambiental”.