Nas comemorações do segundo aniversário, o Clube dos Pensadores organizou um debate, de novo no Hotel Holiday Inn, em Gaia. A política foi o mote, sendo Pedro Santana Lopes o convidado.

O líder parlamentar do PSD, no início da sua intervenção, fez questão de deixar bem claro que, entre ele e o presidente do partido, Luís Filipe Menezes, não há qualquer tipo de problemas e sublinha, ainda, que a relação entre ambos é “profunda”.

Ao citar Sá Carneiro, Santana Lopes defende que “dentro do PSD não há alas radicais, a única ala independente que poderá haver é a JSD (Juventude Social-Democrata)”.

Apesar do “clima de terror” vivido dentro do partido devido à recente crise interna, Santana Lopes diz estar seguro que Menezes não se vai deixar impressionar por “certas campanhas pessoais” que o tentam abater, e que o PSD “vai aguentar e ser capaz de se apresentar como alternativa”.

Problemas do país

Sobre o actual estado do país, Santana Lopes apontou a segurança, a justiça, a saúde e a educação, como alguns dos principais problemas da nação. Para superar essa situação, o líder parlamentar dos sociais-democratas enunciou as prioridades que se devem atingir.

As cinco prioridades para o país:

1 – Natalidade
2 – Interioridade
3 – Produtividade
4 – Flexibilidade
5 – Competitividade

A natalidade, que passaria sobretudo por “abrir em vez de fechar” maternidades. A interioridade, produtividade e flexibilidade que, respectivamente, seriam subsídios e abonos para quem se fixasse em terras abandonadas do interior do país, produzisse mais, e para quem tivesse capacidade e vontade para ser flexível a nível laboral e territorial. O último tópico foi a competitividade, que se centraria em estímulos para a qualificação dos trabalhadores.

No entanto, o ex-presidente da Figueira da Foz alertou para a falta de discussão sobre os temas que mais interessam a Portugal, já que “hoje só se fala dos interiores dos partidos, de coisas que só a eles deviam dizer respeito”, e que “o resto é deixado de lado”.

“O estatuto do aluno é uma vergonha”

Santana Lopes não escapou ao tema dominante na política nacional nos últimos dias: a educação. Sobre Maria de Lurdes Rodrigues, o deputado confessou que a ministra da Educação tomou medidas que ele próprio gostaria de ter tomado, mas que depois entrou por uma “via estranha”, com decisões como o estatuto do aluno que, segundo ele, “é uma vergonha para Portugal”.

Sobre o actual primeiro-ministro, José Sócrates, o líder parlamentar do PSD constatou: “De socialista, tem muito pouco. Esta é uma governação à Sócrates, não é uma governação socialista. Só foi socialista no que não devia, em dar mais poder ao Estado”.

Apelo à juventude

Para finalizar o debate, Santana Lopes congratulou-se por ver muitos jovens numa sala repleta, e fez um apelo que se centrou sobretudo, mas não exclusivamente, na juventude que, na sua opinião, se interessa muito pouco por política actualmente. “Deixem os combates pessoais e passem a combates por princípios e por valores, sem ofender ninguém”, salientou.

“Hoje em dia há um excesso de mal dizer sobre quem está na política, faz-se muito ‘tiro aos políticos’, mas, no fundo, a política é bonita e vale a pena”, finalizou.