As eleições para os 290 lugares do oitavo parlamento iraniano, “Majlis”, chamaram às urnas cerca 44 milhões cidadãos com mais de 18 anos. A polémica nas eleições iranianas foi lançada quando cerca de 40% dos 7.597 candidatos foram impedidos de participar nas eleições legislativas.

Segundo o embaixador do Irão em Portugal, Mohammad Taheri, “os partidos que queriam participar nas eleições legislativas iranianas e não puderam, foram retirados da corrida por não preencherem os requisitos impostos pelo Concelho Guardião”, órgão que aprova as candidaturas.

A campanha para as eleições, que durou uma semana, terminou terça-feira sem grandes festejos. As eleições de sexta-feira foram sobretudo um confronto entre conservadores radicais e conservadores pragmáticos.

O eleitorado foi incentivado a votar pelas autoridades para demonstrar unidade nacional, destinada a enviar uma mensagem ao “inimigo ocidental”. “Cada um é responsável pelo seu voto, votando num sistema livre e democrático normal ao estilo europeu”, referiu ao JPN Mohammad Taheri.

O país liderado por Mahmoud Ahmadinejad, sexto presidente do Irão desde a revolução Islâmica, conta na corrida às legislativas, depois da eliminação dos candidatos reformistas, com duas facções conservadoras. Um grupo de radicais populistas liderados pelo actual presidente e um grupo pragmático liderado pelo presidente da câmara de Teerão, Mohammad-Baqer Qalibaf.

O embaixador do Irão em Portugal afirmou ainda que “o resultado das eleições vai ser encarado pelo presidente como um procedimento normal de uma democracia”.

Os partidos da oposição, apoiados por um dos antigos presidentes do Irão, Akbar Rafsanjani, hoje líder do Conselho de Discernimento, criticam a elevada taxa de desemprego, de inflação e o isolamento do país, devido à politica do actual presidente.

Algumas das principais figuras da política reformadora, que inclui alguns ex-ministros e muitos deputados, viram os seus partidos excluídos das eleições devido a razões como: “crítica sistémica do governo”, “falta de fé islâmica”, “reputação duvidosa” e até por falta de habilitações académicas.

Os eleitores com menos de 30 anos, que representam 60% do eleitorado, dizem-se desiludidos com a linha politica seguida pelo presidente Ahmadinejad, sendo esta a grande dúvida das eleições.