O ex-governador da Reserva Federal Americana, Alan Greenspan, declarou, num artigo publicado pelo “Financial Times” esta segunda-feira, que a actual crise financeira é possivelmente a mais grave desde a II Guerra Mundial.

“A actual crise financeira nos EUA vai provavelmente ser julgada, em retrospectiva, como a mais profunda desde o fim da II Guerra Mundial. Mais tarde ou mais cedo vai acabar, quando os preços imobiliários estabilizarem”, considera Alan Greenspan, que presidiu à Reserva Federal de 1987 a 2006.

O artigo de Greenspan é publicado um dia depois de o banco Bear Stearns ter aceite a proposta de compra por parte da JPMorgan Chase que ofereceu dois dólares por acção, um valor significativamente abaixo do mercado. No fim da semana passada, a Reserva Federal, em conjunto com a JP Morgan Chase decidiu apoiar o Bear Stearns que tinha feito um apelo a ajuda externa, sob risco de entrar em insolvência.

“O problema essencial é que, os nossos modelos, apesar de se terem tornado complexos, são ainda demasiado simples para cobrir a vasta gama de variáveis governativas que dominam a realidade económica global. Um modelo, por necessidade, é uma abstracção dos detalhes completos do mundo real”, escreve Greenspan.

O anterior governador da Reserva Federal, uma das pessoas mais influentes da economia norte-americana, acrescentou ainda que “não será nunca possível antecipar todas as descontinuidades dos mercados financeiros”. “Essas são, necessariamente, uma surpresa. Contudo, se, como eu suspeito, os períodos de euforia forem difíceis de suprimir à medida que crescem, não entrarão em colapso até que a febre especulativa se quebre a si mesma”.