A Euronext Lisboa fechou o dia de segunda-feira a cair 3,48%, com 19 das 20 empresas que compõem o PSI-20 no vermelho. Este mercado não escapou à situação de instabilidade verificada a nível mundial, com as maiores perdas financeiras a serem sentidas na Europa. As acções europeias registaram a descida mais acentuada desde a segunda-feira negra de 21 de Janeiro, caindo mais de 4%.

A notícia da compra do banco de investimento Bear Sterns pelo JP Morgan Chance não foi bem aceite pelos mercados accionistas. Para evitar a bancarrota, o quinto maior banco norte-americano foi obrigado a aceitar a oferta de 2 euros por acção do seu rival, um valor 90% inferior à cotação dos seus títulos.

Para além dos EUA e das praças europeias, também os mercados financeiros asiáticos fecharam em queda. O japonês Nikkei caiu 3,71%, o valor mais baixo desde 2005.

Apesar dos esforços para introduzir liquidez no mercado monetário norte-americano, as taxas de juro de mercado em euros voltaram a subir ao longo do dia de segunda-feira. Algumas horas após a Reserva Federal dos EUA (Fed) ter anunciado que baixou a sua taxa de desconto (utilizada para empréstimos aos bancos comerciais), decisão que tomou durante uma reunião de emergência, a Euribor a três meses atingiu o seu valor máximo nos últimos dois meses, fixando-se no 4,652%.

No seguimento deste panorama de instabilidade nos mercados bolsistas, o ministro alemão das Finanças, Peer Steinbrück, citado pelo Jornal de Negócios, afirmou que esta é “a maior crise financeira das últimas décadas”. O ministro das Finanças da maior economia europeia, acrescentou ainda que a Alemanha não conseguirá sair ilesa.

A Fed deverá anunciar até ao final desta terça-feira novos cortes nas taxas de juro de referência. As previsões apontam para um valor de um ponto percentual que, sendo verificado, coloca os juros directores nos 2%, que actualmente se encontram nos 3%.

Na expectativa desse anúncio por parte da Reserva Federal e depois do cenário negro de segunda-feira, a Euronext Lisboa abriu esta terça-feira em alta, acompanhando a tendência dos outros mercados europeus.