A proposta para a criação de uma unidade de saúde familiar foi apresentada pelo Centro de Saúde de Aldoar no início de 2007. No entanto, segundo Honório Novo, deputado do PCP, apesar de a proposta ter sido “aparentemente” aprovada pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, a unidade ainda não está aberta aos utentes.

O deputado visitou esta segunda-feira o Centro de Saúde de Aldoar. Aos jornalistas, Honório Novo explicou que os sucessivos adiamentos da inauguração do serviço se devem a “factores internos da candidatura”. De acordo com a directora do Centro de Saúde de Aldoar, Maria Lima, a última perspectiva da ARS é que a unidade seja posta em funcionamento em Julho deste ano, mas não há garantias.

O acordo prevê a integração de quatro médicos, quatro administrativos e cinco enfermeiros, mas falta um médico dos quatro necessários para assegurar a cobertura de 1.600 utentes, sendo este o único motivo para que a unidade ainda não tenha iniciado os serviços. O deputado comunista declara que “esta situação tem de ser clarificada rapidamente para que o centro reorganize ou não o espaço”.

Unidade familiar é “prioritária”

A directora do Centro de Saúde de Aldoar justificou a falta de um médico com a ausência de candidaturas ao lugar. Se não houver candidaturas até Julho deste ano, o centro terá de optar pela “forma clássica e contratar um médico”, afirmou Honório Novo.

Outro dos inconvenientes da falta de actividade do serviço é o facto do piso destinado à nova unidade familiar estar parado há mais de um ano. Os utentes são atendidos em apenas dois dos três pisos e a directora do centro confessa já ter recusado propostas porque a criação da unidade familiar é “prioritária”.

Honório Novo diz que as soluções apresentadas são insuficientes para as necessidades da população. “O Governo quer com uma manta pequena tapar uma cama grande demais”, disse. “O Estado anunciou a criação de várias unidades familiares, mas só um terço é que foram concretizadas”, “porque muitos dos médicos que se propuseram a trabalhar nestas unidades deixariam a descoberto os seus utentes”.