200 em cada 100 mil portugueses morrem de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em Portugal. O número equivale a duas mortes por hora. A Organização Mundial de Saúde adianta que um em cada quatro homens e uma cada cinco mulheres terão um AVC antes dos 85 anos de idade. Os números indicam a doença é a principal causa de morte em Portugal e a principal causa de incapacidade no mundo. Esta segunda-feira assinala-se o Dia Nacional do AVC.

A doença ocorre na sequência de um entupimento ou rompimento de uma artéria que transporta sangue para o cérebro. A hipertensão arterial, o tabagismo, a diabetes e os maus hábitos alimentares são os principais factores de risco.

A Europa elaborou um plano para travar a doença. A Declaração de Helsinborg assinada em 2006 tem como objectivo principal assegurar que “todos os pacientes europeus vítimas de AVC tenham acesso a cuidados permanentes por parte de unidades especializadas” que lhes permitam recuperar e prevenir efeitos secundários. A declaração pretende “reduzir para 20% o número de mortes registado em 2005”. A luta passa pela prevenção dos factores de risco e pela recuperação.

Portugal lidera no número de mortes

Portugal é o país europeu com mais mortes causados pelo AVC e o terceiro estado com mais internamentos com 500 entradas nos hospitais todos os anos. O Dia Nacional do Acidente Vascular Cerebral foi consagrado em 2003 no “Diário da República”. A Sociedade Portuguesa do Acidente Cardio Vascular assinala a data com acções por todo o país.

Mais vale prevenir que remediar

A melhor forma de curar uma doença é não a contrair. Nesse sentido, os factores de risco como o tabagismo e a má alimentação devem ser evitados. A morte é a consequência mais grave da doença mas destacam-se também as sequelas provocadas pelo AVC como a paralisia. O AVC ocorre sobretudo após os 50 anos devido à aterosclerose, uma das principais causas da doença.

O presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral, Castro Lopes, afirma no site da organização que o objectivo é, “no menor espaço de tempo possível, contribuir para a redução das taxas de mortalidade e incapacidade pelo AVC que nos colocam, actualmente, na cauda dos países da Europa a que pertencemos”.

O principal problema nacional é a falta de condições para o tratamento da doença. O estudo “European Stroke Facilities Survey” de M. Kaste, divulgado no XIV Congresso de Medicina Interna em Vilamoura, revela que 75% dos hospitais não tem condições mínimas e apenas 10% tem unidades de topo para tratar os doentes vítimas de AVC.