A cidade do Porto consome, actualmente, cerca de 48 mil metros cúbicos (m3) de água diariamente, diz o presidente da Águas do Porto (AdP), Poças Martins. Há dois anos seria preciso comprar 104 mil m3 de água à empresa Águas do Douro e Paiva para responder a esta necessidade, devido a perdas significativas que se registavam por toda a cidade.

No entanto, no dia 23 de Março, a AdP registou um valor recorde ao adquirir 56 mil m3 de água, uma descida de quase 50% em relação a 2006. Já na semana anterior, a AdP registara um valor positivo ao comprar, pela primeira vez, menos de 70 mil m3 de água para o mesmo consumo de 48 mil m3.

Em entrevista ao JPN, Poças Martins, valorizou o número ressalvando, no entanto, que era domingo de Páscoa e, como tal, “estava muita gente para fora”. Para o responsável, este número é consequência de uma política de combate às perdas de água dentro da cidade. “Desperdiça-se água e energia, porque cada metro de água acarreta energia e dá um prejuízo enorme”, diz.

A distribuição de água no Porto

A Águas do Douro e Paiva é uma empresa regional que fornece água às autarquias do Grande Porto. A distribuição na cidade do Porto é feita, posteriormente, pela empresa municipal Águas do Porto.

Condutas rebentadas, caleiras deterioradas ou até autoclismos avariados são alguns dos factores que levam à perda de água na cidade. A AdP tem, por isso, um novo projecto na calha que passa por reaproveitar as águas pluviais.

“É um objectivo de uma cidade sensível à água. Isso vai levar a novos pormenores de arquitectura e de novos pormenores de urbanização”, considera Poças Martins. A água das chuvas pode, assim, ser reutilizada para tarefas simples como lavar o carro ou nos autoclismos das habitações.

“No fundo, essa cidade é mais económica, gasta menos dinheiro com a água e é mais amiga do ambiente. Fica tão caro fazer mal como fazer bem, por isso, mais vale fazer bem”, conclui o presidente da AdP.