Em Março, por cada dia útil entraram 133 pedidos de reforma na função pública, mais 30% do que em cada um dos dois primeiros meses do ano, segundo dados divulgados pelo Ministério das Finanças.

As alterações ao estatuto de aposentação ocorridas em Fevereiro e a insegurança quanto ao futuro são algumas das razões que justificam a corrida aos pedidos de reforma antecipada, explica ao JPN Manuel Ramos dirigente sindical da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Publica (FNSFP).

“O regime dos vínculos, carreiras e remunerações, nomeadamente, a passagem a contrato de trabalho na função pública noutras situações ainda não estão a ser negociadas. As pessoas não estão para viver nesta incerteza e querem sair”, refere Nobre dos Santos, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP).

Comodidade financeira ou o desejo de enveredar por outras áreas de trabalho são alguns dos motivos que levam os funcionários públicos a antecipar a reforma, esclarece Nobre dos Santos do SINTAP.

Até ao final da Legislatura,o primeiro-ministro, José Sócrates quer reduzir em 75 mil o número de trabalhadores da função pública. Manuel Ramos, da FNSFP, afirma que “a média de aposentações na função pública por ano ronda os 20 mil”.

O dirigente sindical acredita que “mesmo sem agravar as situações dos trabalhadores, por um procedimento normal, a Caixa Geral de Aposentações ultrapassaria os 60 mil nesta legislatura, fora os que vão sair por força da aplicação da lei da mobilidade”-